
11 de Novembro de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira
Transição energética precisa ser gradual
Apontada como a maior contradição do Brasil na COP30, a extração de petróleo na foz do Rio Amazonas não é incompatível com o espírito da descarbonização nem da proteção das florestas tropicais. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, que resistiu inicialmente à ideia de o Ibama autorizar pesquisas nessa área, converteu-se à tese de que a transição energética não pode ser feita de sopetão.
Parece óbvio que haveria um colapso na economia se, de uma hora para outra, um país decidisse substituir o petróleo por combustíveis sustentáveis. Primeiro, porque não há produção em escala dos substitutos do petróleo. Segundo, porque os carros, caminhões, ônibus, aviões e barcos não estão preparados para o fim da era do petróleo.
O empresário Erasmo Battistella, dono da Be8, maior produtora de biocombustíveis do Brasil, vai apresentar hoje os resultados preliminares da chamada Rota Sustentável COP 30: Energia que move propósitos. É a comparação do desempenho entre um ônibus e um caminhão Mercedes Benz movidos a Be8 BeVant, o novo biocombustível desenvolvido por sua empresa, e um ônibus e um caminhão do mesmo modelo, a diesel. Os quatro veículos fizeram uma viagem histórica, de Passo Fundo a Belém.
Os resultados preliminares são muito animadores. O desempenho foi semelhante em consumo e potência, com a diferença de que as emissões do BeVant são infinitamente menores - antecipou Battistella.
Solução está nas mãos dos ricos
Em sua quarta COP, Erasmo Battistella entende que a solução para os problemas do aquecimento global está nas mãos dos países ricos:
Se os países do G20 (as 20 maiores economias do planeta) fizerem a sua parte, 80% dos problemas estarão resolvidos. Se pegarmos as 30 maiores economias, resolveremos 90% dos problemas. Mas isso depende de disposição dos governos para trocar o discurso pela ação. _
RADAR DA COP
Os presidentes da Fiergs e da Farsul estão na COP30. Ontem, Claudio Bier participou de painel sobre a reconstrução do RS. Já Domingos Velho esteve na Agrizone, área dedicada ao agronegócio e seus impactos.
Convidado pelo CREA do Paraná, o professor Maurício Paixão, do Instituto de Pesquisas Hidráulicas da UFRGS, fala amanhã na COP sobre a tragédia no RS.
O prefeito Sebastião Melo chegou a Belém no domingo e passou toda a segunda-feira na COP. O governador Eduardo Leite participará dos eventos a partir de hoje.
Família Barbalho está em festa com a conferência no Pará
A família Barbalho, que manda na política do Pará desde o século passado, está em festa. O pai, Jader Barbalho, circula pelos corredores da COP30 orgulhoso do encontro que a capital do seu Estado preparou - e dos filhos que seguiram seus passos.
Jader Barbalho Filho é ministro das Cidades e Helder Barbalho, o governador do Pará, cargo que o pai já ocupou.
Ao chegar para a abertura oficial da COP30, Helder falou à Rádio Gaúcha sobre sua expectativa em relação aos resultados da cúpula do clima.
O governador paraense está seguro de que a COP no Brasil coloca a floresta amazônica no centro das discussões, que nas edições anteriores eram muito focadas em transição energética.
Essa COP concilia transição energética e coloca a floresta amazônica no centro das discussões, e isso, para nós, é absolutamente fundamental. Temos a maior floresta tropical do mundo, que precisa de agenda para criar projetos que passem por preservar a floresta e cuidar das pessoas. Essa é a minha expectativa - projeta Helder Barbalho.
Sistema Fiergs encaminha ajuda para o Paraná após tornado
Um ano e seis meses depois de o Rio Grande do Sul ter sido atingido pela enchente que desencadeou uma onda de solidariedade em todo o Brasil, chegou a vez do Estado retribuir a ajuda do vizinho Paraná, afetado por um tornado que deixou mortos, feridos e desabrigados.
Por determinação do presidente da Fiergs, Cláudio Bier, com o apoio da Confederação Nacional da Indústria (CNI) e do Conselho Nacional do Sesi, quatro tendas de atendimento médico e seis que servirão de alojamento para desabrigados estão na estrada, a caminho do oeste do Paraná.
Na quinta-feira , será assinado no estande da CNI na COP30 o Protocolo de Respostas às Emergências Climáticas por Inundação na Indústria. No dia seguinte, o Sesi vai apresentar no terminal hidroviário da Tamandaré, na Cidade Velha, a sua embarcação de saúde conectada. Trata-se de um barco adaptado para funcionar como unidade de saúde e que navegará pelo Rio Xingu para atender as populações ribeirinhas.
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