
Bolsonaro, os filhos e a prisão para evitar espetáculo
À sua maneira, cada um dos três filhos mais velhos contribuiu para o desfecho que levou Jair Bolsonaro para uma cela da Superintendência da Polícia Federal no sábado de feriadão. O deputado Alexandre Ramagem, que fugiu para Miami, colocou seu tijolinho na construção, alertando as autoridades para a falta de limite dos condenados pela trama golpista de 2022.
Foi o senador Flávio Bolsonaro, o mais velho e, em tese, o mais centrado, que deu o motivo para a decretação da prisão preventiva ao convocar uma vigília em frente ao condomínio onde mora o ex-presidente, em vídeo no qual usou a frase "vamos reagir".
Na decisão em que determinou a prisão preventiva, o ministro Alexandre de Moraes alegou que era para evitar desrespeito à ordem pública, numa referência clara à manifestação convocada por Flávio. Mas o mais grave foi a detecção do sinal de que pouco depois da meia-noite houve tentativa de romper a tornozeleira eletrônica, indicativo de um plano de fuga.
A família sabe que, nesta semana, esgotados os prazos para recursos contra a decisão que condenou Bolsonaro, ele seria preso - provavelmente na Papuda, onde estão os condenados pela desordem no 8 de Janeiro. Moraes se antecipou à tentativa de fuga ou à repetição da manifestação que os petistas fizeram quando Lula teve a prisão preventiva decretada, em 2018. Os apoiadores lotaram um ginásio e se sucederam no microfone, antes do discurso do próprio Lula.
Relembrando, Lula não estava em prisão domiciliar. Foi da liberdade para uma cela na Superintendência da PF em Curitiba - e aqui a história dos dois se cruza mais uma vez. A decisão de mandar Bolsonaro para a sede da corporação em Brasília, onde terá cuidados médicos 24 horas por dia, remete à isonomia com Lula.
Voltando ao papel dos filhos, o vereador Carlos Bolsonaro deu sua contribuição para apressar a prisão ao pintar um quadro mais grave do que já é o da saúde do pai, dizendo que ele não sobreviveria à prisão porque está em crise permanente de soluços e poderia se engasgar com o refluxo durante a noite, o que não foi confirmado pelos médicos.
Antes da condenação, Eduardo fez sua parte para complicar a vida do pai ao conspirar contra o Brasil direto dos Estados Unidos, para onde fugiu no início do ano. Eduardo imaginou que o Supremo iria se intimidar com as retaliações do governo de Donald Trump - do tarifaço à suspensão dos vistos de sete ministros e a imposição da Lei Magnitsky a Moraes -, mas se enganou redondamente. O resultado é que agora terá de responder por tentativa de obstrução da Justiça, o que o tira do jogo sucessório em 2026. _
A prisão preventiva de Bolsonaro será convertida em cumprimento de pena nesta semana. Resta saber se ficará na PF ou irá para a Papuda, onde aliados dizem que ele não tem condições de ficar por causa dos problemas de saúde.
Lula oficializa novos recursos para o RS nesta semana
Saindo do governo - Sufrágio na Corte - Transparência necessária
Nomeada há seis meses, a secretária de Desenvolvimento Econômico e Turismo, Fernanda Barth (PL), deixará o governo Sebastião Melo. A saída está programada para a metade de dezembro. Melo já foi avisado, mas ainda não definiu o substituto.
Fernanda vai se dedicar à pré-candidatura a deputada federal. Ela tem estreita relação política com o deputado Ubiratan Sanderson, que deve concorrer a senador pelo PL.
Com o retorno de Fernanda à Câmara Municipal, quem perde a cadeira é o primeiro suplente do PL, Alexandre Bobadra.
Será escolhida hoje a nova direção do Tribunal de Justiça. A votação para a presidência será aberta às 10h, e o resultado será proclamado às 15h.
Antonio Vinicius Amaro da Silveira e Eduardo Uhlein protagonizam uma disputa parelha, mas cordial. Estão aptos a votar 161 desembargadores. _
O tema dos voos do governador e do uso das aeronaves do Estado não surgiu por acaso: ele existe, está documentado e vem sendo acompanhado por diferentes frentes desde o início do ano. Em março, o deputado Felipe Camozzato (Novo) fez seu primeiro pedido formal ao governo do Estado, à época especificamente sobre a intenção de compra de uma aeronave destinada a operações aeromédicas. Em setembro, ampliou a solicitação para incluir também o uso das aeronaves em geral.
Em julho, Zero Hora apresentou seu próprio requerimento, pedindo informações detalhadas sobre os voos realizados pelo governador. A resposta inicial do governo foi decretar sigilo, sob a justificativa de questões de segurança. Depois, recuou e afirmou que os dados seriam disponibilizados.
Essa série de pedidos apenas reforça a importância de transparência plena, sobretudo quando o debate envolve recursos públicos, deslocamentos oficiais e justificativas de interesse do Estado. _
Múltipla escolha
Para Porto Alegre, estão previstos cerca de R$ 500 milhões do Firece, fundo criado para financiar obras de proteção contra enchentes. O prefeito Sebastião Melo foi convidado e pretende comparecer.
Quem também participa é o prefeito de Canoas, Airton Souza. Ele confirmou presença ontem, ao acompanhar (foto) o secretário nacional de Proteção e Defesa Civil, Wolnei Wolff Barreiros, e o deputado federal Paulo Pimenta em vistoria às obras do dique do bairro Mathias Velho. Para Canoas, será assinada ordem de início da construção de 1,5 mil apartamentos a quem perdeu a moradia na enchente.
De acordo com Pimenta, o evento conjunto dos ministérios das Cidades e da Integração Nacional terá anúncios referentes a obras de prevenção, planos de trabalho apresentados à Defesa Civil e os programas Compra Assistida e Minha Casa, Minha Vida. _
De saída do PRD, o deputado estadual Elizandro Sabino está sendo cortejado por diferentes partidos. Estão na lista de possíveis destinos PSD, PP, Republicanos e MDB, onde está a esposa dele, Tanise Sabino, que é vereadora em Porto Alegre.
O PL já foi descartado.
Recurso rejeitado
Por unanimidade, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) rejeitou recurso apresentado pelo ex-vereador Valter Nagelstein (Republicanos) e manteve a condenação do político por racismo. O acórdão foi publicado na semana passada.
O processo teve origem em um áudio enviado por Nagelstein a apoiadores em 2020. A defesa já protocolou novo recurso e informou, em nota, que "vislumbra muitos meios para garantir o deslinde justo e certo do feito em questão". _
Saia-justa
A Mesa Diretora da Câmara de Porto Alegre vota na quarta-feira resolução que regra vestimentas no plenário. A primeira versão proíbe o uso de chinelo, bermuda e minissaia, além de "trajes sujos, rasgados ou visivelmente desalinhados".
A resolução é mais um ingrediente na tormentosa relação entre a presidente, Comandante Nádia (PL), e a oposição.
Rede organizada- mirante
Na gravação, Zucco diz que os grupos, separados por municípios, são voltados à prestação de informações sobre seu mandato e a agenda no Estado, em menção à corrida ao Piratini.
Ficou para sexta-feira a decisão sobre a candidatura do PT ao Senado, que está entre Paulo Paim e Paulo Pimenta.
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