segunda-feira, 10 de novembro de 2025


10 de Novembro de 2025
POLÍTICA E PODER - Rosane de Oliveira

"Não verás país nenhum como este"

Foi impossível não lembrar de Olavo Bilac ao desembarcar no Parque da Cidade, em Belém, neste momento transformado na sede da COP30. Principal nome do parnasianismo, Bilac escreveu poemas que flutuam entre a ingenuidade e o ufanismo, mas não há como discordar de seus versos de exaltação ao Brasil quando o mundo se reúne no coração da Amazônia para tratar de clima.

Os pavilhões da COP, que ocupam uma área equivalente a 70 campos de futebol, onde antes era o aeroporto da capital paraense, são decorados com painéis que mostram a riqueza dos nossos seis biomas: a Amazônia, o Cerrado, a Mata Atlântica, a Caatinga, o Pantanal e o Pampa.

Bilac tinha razão: "Criança! Não verás nenhum país como este. Olha que céu! Que mar! Que rios! Que floresta! A natureza, aqui, perpetuamente em festa, é um seio de mãe a transbordar carinhos. Vê que há vida nos ninhos, que se balançam no ar, entre ramos inquietos! Vê que luz, que calor, que multidão de insetos! Vê que grande extensão de matas, onde impera, fecunda e luminosa, a eterna primavera".

A floresta mesmo a gente só vê quando o avião, vindo de São Paulo, está a meia hora de Belém. A exuberância dos rios e das matas se revela na aproximação do pouso, e você se pergunta como nasceu uma metrópole nessa geografia peculiar.

Sem espaço para o negacionismo climático

A Belém que recebeu chefes de Estado e de governo na semana passada será, a partir de hoje, dos cientistas, dos professores, dos estudantes, das ONGs, dos movimentos sociais, dos governos locais, dos empresários, dos jornalistas do mundo inteiro, interessados em acompanhar os debates sobre o futuro do planeta - e o que ainda pode ser feito para salvá-lo.

O fim de semana foi apenas de reconhecimento de terreno. Não há debates no fim de semana, os estandes dos países ainda estão sendo montados, mas já se tem a sensação de estar numa babel tropical, tantos são os idiomas e sotaques dentro e fora do território da ONU.

A COP não vai resolver os problemas do Brasil, nem é esse o seu propósito. Como nas edições anteriores, o que se faz é debater a crise climática e o que é preciso fazer para evitar que a vida se torne insustentável.

O que o Rio Grande do Sul sofreu em 2024 é um sinal de alerta para o mundo e será citado em diferentes mesas de debates. Por isso, o governador Eduardo Leite, o prefeito Sebastião Melo, cientistas e empresários estarão em Belém.

Belém fez há 25 anos o que o Cais Mauá não conseguiu

Foi no ano 2000 que Belém inaugurou um complexo turístico que pode ser definido como o embrião daquilo que o Cais Mauá gostaria de ser e até hoje não conseguiu.

Revitalizado, o antigo Porto de Belém deu lugar à Estação das Docas, que une gastronomia e cultura, atrai turistas e é um dos locais preferidos dos paraenses na Capital.

Com o melhor da gastronomia amazônica e opções da culinária internacional, a Estação das Docas ficou lotada neste domingo que antecede o início da COP30. _

Com 170 desembargadores, TJ-RS poderá ter reeleição

Com o aumento no total de magistrados de alto grau, a Corte gaúcha passa a se enquadrar na disposição constitucional que autoriza a reeleição nos tribunais com mais de 170 desembargadores. Hoje são 163. 

ALIÁS

Mesmo que a reeleição venha a ser legalmente possível, nenhum dos dois candidatos a presidente do TJ-RS, Antonio Vinicius Amaro da Silveira e Eduardo Uhlein, concorda com esse instrumento.

POLÍTICA E PODER

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