07
de julho de 2014 | N° 17852
DAVID
COIMBRA
POR QUE O BRASIL PODE VENCER A
ALEMANHA
A
Alemanha tem melhor time do que o Brasil, esteja ou não o Brasil com Neymar.
Mas, estando ou não o Brasil com Neymar, o Brasil pode ganhar da Alemanha.
A
Seleção Brasileira, de Luiz Gustavo (foto acima), é a maior potência do futebol
mundial. Sempre que a Seleção Brasileira entra em campo, o adversário
estremece, e com razão. A Alemanha, de Schweinsteiger (foto acima), também é
uma grande potência, e ombreia com o Brasil, com a Argentina e com a Itália, os
maiores entre os maiores. Por isso, qualquer jogo entre essas quatro seleções é
como um Gre-Nal: o inimigo pode estar combalido, esfarrapado, esfomeado, pode
estar nas vascas da morte, mas sempre será perigoso.
Em
Gre-Nal, o fato de um time entrar em campo como favorito não quer dizer que
sairá dele como vencedor. Brasil e Alemanha, a mesma coisa.
POR
QUE O BRASIL NÃO DEVE SER CAMPEÃO
O
problema maior do Brasil é ganhar DOIS clássicos sem Neymar, o que equivale a
dizer: sem craque algum. Uma vitória sobre a Alemanha teria de ser arrancada na
superação. Superar-se de novo, contra a Argentina ou a Holanda, é tarefa de
Hércules.
Em
1962, quando o Brasil ganhou o bicampeonato, no Chile, o Brasil não perdeu um
Neymar: perdeu Pelé.
Mas
o Brasil tinha Garrincha.
Menos
mal que a Argentina perdeu Di María, seu segundo melhor jogador. Di María é o
escudeiro de Messi, é o jogador que lhe serve de desafogador da marcação. As
canhotas de Messi e Di María dialogam, eles se procuram no jogo. Sem Di María,
Messi está sozinho. Como estava Neymar.
A
SAÍDA DE FELIPÃO
Em
uma circunstância, a perda de Neymar pode ser positiva: com a saída dele,
Felipão terá a chance de engrossar o molho daquele seu meio-campo ralo. Se
Felipão escalar Hernanes, montará um meio mais equilibrado, um quadrado com
Luiz Gustavo e Fernandinho diante da área, Hernanes e Oscar nas meias. Na
frente, o melhor talvez seja fazer a troca simples de Fred por Jô, porque, com
um esquema desses, o centroavante é indispensável.
É
importante que Felipão dê atenção ao meio-campo. É ali que o jogo da Alemanha
se desenvolve. Com esses quatro jogadores, todos com poder de marcação, a
Seleção ficará mais consistente para encarar esse adversário duro.
A
CULPA DA FIFA
É
risível a intenção da CBF, ou de quem quer que seja, de pedir punição ao
jogador da Colômbia pela falta que lesionou Neymar. Não tem nada a ver com a
mordida de Suárez, um lance antidesportivo, que não foi visto pelo juiz.
A
falta do colombiano foi desleal, mas foi um lance de jogo, uma falta marcada
pelo juiz, num jogo em que o juiz simplesmente deixou bater. Até aquele
momento, haviam sido cometidas 50 faltas, sem que o juiz tomasse qualquer
atitude além de tapear o próprio peito e dizer que a responsabilidade era dele.
Os
dois times bateram na sexta-feira. O volante Fernandinho, da Seleção
Brasileira, bateu muito, tem batido muito, é um jogador violento. James
Rodríguez, da Colômbia, apanhou tanto quanto Neymar, apenas teve mais sorte.
Fernandinho fez igual, ou pior, do que Zúñiga.
Por
que o juiz permitiu esse comportamento temerário dos jogadores? Por que os
juízes têm permitido condutas que tais? Obviamente, por instrução da Fifa. A
Fifa quer emoção, quer que o jogo corra. Os jogos correm. Mas a violência
também. A Fifa tem de fazer um mea culpa nesse caso e mudar a orientação aos
árbitros.
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