02
de julho de 2014 | N° 17847
DAVID
COIMBRA
DAVID COIMBRA O GOLEIRO DA MINHA
SELEÇÃO
O
goleiro da seleção americana vai para a minha seleção da Copa. Não é porque
estou nos Estados Unidos... Ou talvez seja... Sim, sim, o fato de eu estar nos
Estados Unidos fez com que conhecesse um pouco mais da história desse goleiro,
Tim Howard.
Ele
tem Síndrome de Tourette, um mal genético que faz a pessoa apresentar tiques,
contrações involuntárias e falar palavras desconexas nos momentos mais
inesperados. É incurável. Não mata, mas o afeta socialmente. Howard sofre dessa
Síndrome.
Mas
não é por isso que ele vai para a minha seleção. É porque ele é o pilar do time
do Grande Irmão do Norte, foi o principal responsável pelos EUA disputarem duas
Copas e, ontem, parecia Yashin, Lara, Sepp Maier, Manga, uma dessas lendas da
camisa 1. Tim Howard. Uma das grandes histórias dessa grande Copa.
Aquela
falta marcada aos 125 minutos de jogo dentro da meia-lua da Argentina é o lance-símbolo
desta Copa brasileira, uma Copa que tem se decidido no que a turma do IAPI
chamaria de “na unha”.
Uma
falta dentro da meia-lua... Imagine um Zico chutando. Um Ronaldinho. Era uma
falta a ser cobrada com doçura. Jeito, não força. A bola devia ser colocada
como que com a mão um palmo acima da cabeça do terceiro homem da barreira. Não
devia ser endereçada ao ângulo formado entre trave e travessão, não, devia
morrer na junção entre rede e grama e ali ficar.
Mas
quem bateu foi um jogador da Suíça, não Messi. Messi estava do outro lado, de
azul e branco. Messi já havia feito sua mágica. Com uma ou duas mágicas por
jogo, ele vem empurrando a Argentina para a final.
Uns
e outros se irritam quando digo que não torço pelo mais fraco, torço pelo mais
competente. Para eles, é arrogância querer que o melhor ganhe. Tudo bem, mas
quando proponho a essas pessoas uma final da Copa entre Costa Rica e Colômbia,
todos torcem o nariz. Ah, não, elas querem o grande jogo, elas querem Brasil e
Argentina, Holanda e Alemanha.
O
mais fraco que se contente com as quartas. Grande caridade, essa. Dê ali a
migalha das quartas para o mais fraco, coitadinho. Ele vai se contentar com
isso. Olhe como ele está sorrindo, agradecido. Fica alegre com qualquer coisa. Mas
não me venha querer estragar a final! Por favor, cada um no seu lugar!
A
minha seleção da Copa (até agora, pelo menos) seria muito agressiva, que essa
tem sido uma Copa de times agressivos. Colocaria três zagueiros, os dois
vigorosos brasileiros e, entre eles, o clássico capitão do México, Rafa Marques.
No meio-campo, aquele alemão com nome que parece um latido vigiaria a grande área.
Os outros fariam o adversário dançar. É claro que você não concorda, mas a
minha seria campeã. Aí vai:
Tim
Howard; Thiago Silva, Rafa Marques e David Luiz; Schweinsteiger, Sneijder, Di
María e Messi; Müller, Neymar e Robben.
Pode
vir com esse seu timinho.
O
narrador da TV americana ficou espantado com o comportamento do árbitro
brasileiro Sandro Meira Ricci na partida entre Alemanha e Argélia. A todo
momento o narrador perguntava:
– Mas
por que esse árbitro conversa tanto? Por que não marca a falta e deixa o jogo
correr? Por quê?
A
conversa em demasia é vício da arbitragem brasileira.
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