sábado, 28 de dezembro de 2024


28 de Dezembro de 2024
EDITORIAL

Rigor para coibir a compra de votos

Merece atenção o aparente crescimento de casos de denúncias de compra de votos nas recentes eleições municipais do Estado. Reportagem de Humberto Trezzi e Gabriel Jacobsen publicada na sexta-feira em GZH e nesta edição de Zero Hora aponta um crescimento significativo de episódios investigados pelo Ministério Público Eleitoral (MPE) e pela Polícia Federal (PF) no Rio Grande do Sul em relação ao pleito de 2020. No caso da PF, aumentou o número de inquéritos, de pessoas indiciadas, de operações e de prisões de suspeitos de captação ilícita de sufrágio com dinheiro ou outros favores.

Cabe às autoridades e instituições que apuram os casos conduzirem investigações rigorosas para responsabilizar quem de fato se utilizou de meios ilegais para obter votos. Punições pedagógicas são essenciais para ficarem como exemplo, inibindo a continuidade da prática nas próximas disputas. Também preocupa que, em alguns municípios, existam indícios da participação de quadrilhas e facções nas irregularidades.

No Estado, o MPE apura 411 casos, 25% a mais na comparação com a eleição municipal anterior. A PF já indiciou 76 pessoas, ante somente nove em 2020. No país, também desperta atenção a transferência de grandes quantidades de títulos eleitorais para determinadas cidades, pequenas e médias. Ao que parece, é uma cooptação exercida por candidatos que também distribuíram dinheiro e outras vantagens para ampliar a chance de se elegerem. É outro caso que necessita de acompanhamento rigoroso. Mais de 700 municípios viram o número de eleitores crescer ao menos 10% em relação a 2020. Em 80, o aumento é ainda mais suspeito, entre 20% e 46%. Há casos de cidades com mais eleitores do que habitantes.

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