OPINIÃO DA RBS
Reconhecimento a dom Jaime
A nomeação de dom Jaime Spengler como cardeal da Igreja Católica, sábado, no Vaticano, marca o reconhecimento da trajetória e da postura do arcebispo metropolitano de Porto Alegre e presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O apreço ao trabalho desenvolvido por dom Jaime, hoje com 64 anos, transcende em muito as tarefas tradicionais dos cargos que ocupa, como o zelo da fé, a condução da missão evangelizadora e a organização dos bispos do país. Seus méritos, que o qualificam ainda mais para a nova incumbência de ser parte do grupo de colaboradores que auxiliam o papa Francisco na condução da Igreja, incluem a condição de ser um homem de diálogo, de ponderação e, sobretudo, um humanista.
Em 2020, com a chegada da pandemia, dom Jaime, no papel de líder como arcebispo metropolitano, não hesitou em seguir as orientações da ciência e das autoridades sanitárias, suspendendo enquanto foi considerado necessário missas, catequeses e outros eventos públicos. "A vida é dom e compromisso!", lembrou o religioso à época, ciente da importância de evitar aglomerações.
A tragédia climática que atingiu o Estado em maio também mereceu atenção e ação da Arquidiocese de Porto Alegre, sob seu comando. Foi intensa a mobilização para receber doações e distribuí-las às famílias afetadas pela maior enchente da história do Estado, além do encorajamento à empatia. "De onde brota o sentimento e a disposição para o exercício de tamanha onda de solidariedade? Certamente da convicção de que somos todos irmãos; de que necessitamos uns dos outros!", escreveu dom Jaime, em artigo publicado no dia 12 de setembro, em Zero Hora. Não faltaram, ainda, ponderações sobre as causas da catástrofe. A cheia amplia a necessidade de reflexão sobre o respeito e o cuidado com o ambiente, instou o religioso.
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