O triunfo do caradurismo
O Brasil, incluindo a porção que nunca esperou muito das intenções de alguns personagens de Brasília, jogou a toalha? É o que pode explicar o silêncio e a inércia diante do caradurismo, aquele comportamento típico do Brasil Colônia que, sem pejo e à luz do sol, vai se apropriando de partes do Estado para proveito pessoal.
Na mesma onda, o Planalto driblou a resolução do STF sobre emendas e liberou via portarias R$ 7,7 bilhões para saciar o apetite parlamentar pela bufunfa dos impostos. Nada de novo no horizonte do país dos penduricalhos, das benesses e dos privilégios para quem tem a caneta na mão. Não fosse a PF, talvez nem ficássemos sabendo da apreensão de R$ 1,5 milhão em cédulas em um jatinho de Salvador para Brasília, em um esquema - que surpresa - originado nas emendas.
Os tribunais de contas são um caso à parte. É parte da mentalidade colonial os governantes nomearem aliados em seu crepúsculo político para a sinecura vitalícia. Por isso, a hipótese de Lula indicar a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, para o Tribunal de Contas da União, que fiscaliza o governo federal, já nem surpreende e escandaliza. O Papai Noel existe, assim como as boas intenções neste Brasil Colônia onde os caras de pau reinam absolutos. _
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