sábado, 14 de dezembro de 2024


12 de Dezembro de 2024
INFORME ESPECIAL- O Rodrigo Lopes

Soda cáustica no leite e as armas químicas

Qual a diferença entre um ditador que usa armas químicas contra sua própria população e um empresário que adultera o leite com soda cáustica e água oxigenada?

Poucas. Talvez a única seja que, no caso do primeiro, ele visa a sua manutenção no poder e provocar terror entre civis com fins políticos. O segundo tem por trás a ganância: fazer render o produto para ganhar mais dinheiro.

No mais, sobram semelhanças: Bashar al-Assad e o químico industrial preso na 13ª etapa da Operação Leite Compensado, em Taquara, no Estado, ontem, utilizam-se de substâncias que matam, rápido ou devagar, ou podem deixar sequelas. O sarin de Al-Assad tem extrema potência sob o sistema nervoso. Soda cáustica é cancerígena.

Tanto Al-Assad, que fugiu para não ser morto, quanto o "Alquimista" gaúcho são reincidentes. O primeiro atacou várias vezes a população civil com armas químicas, o mais trágico em Ghouta, em 2013, durante a guerra civil síria. O segundo já havia sido preso em 2014 em apuração sobre adulteração do produto.

São 11.863 quilômetros que separam a Síria do Rio Grande do Sul. Duas realidades diferentes de uma mesma sociedade doente. Extremamente doente.

Cabe investigação

Durante a operação ontem em uma empresa de Taquara acusada de adulteração no leite, um cartaz chamou a atenção do repórter Lucas Abati, da Rádio Gaúcha.

Ele adverte funcionários a ingerirem leite somente do laboratório - e não do depósito. Fica a pergunta: estavam protegendo os colaboradores do risco de tomarem o produto com soda cáustica ou era uma questão de controle? Cabe investigar. _

Na Capital, não bastam motociclistas sobre calçadas e passando sinal vermelho à noite. Virou moda motoristas andarem na contramão. Terça à noite, a coluna viu carro descendo no sentido inverso do permitido na Rua Felipe de Oliveira, entre a Corte Real e Lucas de Oliveira.

Presépio polêmico no Vaticano

Desde o dia 8 de dezembro, uma imagem no Vaticano vem causando polêmica: no presépio instalado na sala Paulo VI, utilizada para audiências do papa Francisco em dias frios, o menino Jesus aparece deitado na manjedoura sobre o keffiyeh, o lenço símbolo da resistência palestina.

A cena emite uma mensagem poderosa (e controversa) de apoio à causa por parte da Igreja, o que incomodou a comunidade judaica.

O presépio teve como curador o artista palestino Taisir Hasbun, natural de Belém, onde nasceu Jesus. Trabalharam também no presépio de três metros de altura Johny Andonia e Faten Nastas Mitwasi, também dessa cidade histórica.

Hasbun disse que o lenço seria um modo de fazer com que os visitantes saibam da existência dos palestinos.

Ontem, o Vaticano removeu a figura do menino Jesus, seguindo a tradição. Ele é devolvido ao presépio na noite de Natal.

O lenço palestino também foi retirado. A conferir se voltará no dia 24. _

Devolução de IPVA para atingidos na enchente

Será apreciado em plenário da Assembleia na próxima terça-feira um projeto de lei que visa devolver valores de IPVA já pagos em casos de veículos inutilizados ou perdidos devido a catástrofes naturais, sinistros ou perda total.

O projeto, conhecido como "Lei da Devolução do IPVA Pago", é de autoria do deputado Delegado Zucco (Republicanos) e a expectativa é de que seja aprovado ainda este ano.

Na visão do parlamentar, além da devolução proporcional do IPVA já pago em caso de perda total, furto, roubo ou desastres naturais, o projeto também dispensa de pagamento do imposto período em que o veículo não foi utilizado. _

Acerto com o passado

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) aprovou na terça-feira que parentes de pessoas mortas pela ditadura cívico-militar, que assolou o Brasil entre 1964 e 1985, poderão pedir nova versão da certidão de óbito nos cartórios de registro civil.

Nos novos documentos, deverá constar no lugar da causa mortis: "morte não natural, violenta, causada pelo Estado a desaparecido no contexto da perseguição sistemática à população identificada como dissidente política no regime ditatorial instaurado em 1964."

- É um acerto de contas legítimo com o passado - disse o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Luís Roberto Barroso. _

Rifa para afetados pela cheia

A Faculdade de Biblioteconomia e Comunicação da UFRGS criou durante a enchente de maio campanha chamada Quando a Água Baixar, com objetivo de arrecadar recursos para estudantes, servidores e terceirizados impactados pela catástrofe. Para continuar a iniciativa, o curso está realizando uma rifa solidária.

Serão 24 prêmios doados por artistas, profissionais e marcas de todo o Brasil. Os itens, que incluem categorias de Arte, Experiências e Produtos e Serviços, estão disponíveis em várias cidades do Brasil. Os vencedores poderão escolher seus prêmios, segundo a ordem do sorteio, que será em 16 de dezembro. São 3 mil bilhetes disponíveis, a R$ 15 cada. _

INFORME ESPECIAL

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