EM FOCO
Lula passou boa parte da segunda-feira com dores de cabeça persistentes. Conforme assessores, ele estava com o semblante pesado e menos comunicativo.
Apesar do desconforto, cumpriu as agendas previstas. Mesmo orientado a adiar uma reunião com os presidentes da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), decidiu manter o encontro e, ao final, disse que iria ao hospital Sírio-Libanês para exames.
Na instituição, os médicos recomendaram tomografia e ressonância magnética para avaliar a situação.
- A tomografia já constatou um novo sangramento na região do cérebro. Um sangramento até mais importante. Foi submetido a uma ressonância magnética e, discutido com a equipe médica, se optou pelo procedimento cirúrgico - explicou o médico Roberto Kalil Filho, líder da equipe de atendimento, em entrevista coletiva no meio da manhã.
Transferência
Com base na avaliação médica, Lula foi transferido para São Paulo por volta das 22h30min para realizar a cirurgia - que teve início por volta da 1h30min de ontem.
O presidente evoluiu bem, já chegou da cirurgia praticamente acordado e encontra-se estável, conversando normalmente, se alimentando, e deverá ficar em observação nos próximos dias - complementou Kalil.
Apesar de Lula ter batido a região da nuca na queda sofrida em outubro, o hematoma que motivou a operação se encontrava na região entre os lobos frontal e parietal - o frontal se localiza diretamente atrás da testa, e o parietal, atrás do frontal. O sangramento pode ocorrer em outros pontos porque, quando ocorre um choque, o cérebro "chacoalha" dentro do crânio e pode levar a hemorragias em diferentes áreas.
A cirurgia, cujo nome técnico é trepanação, se estendeu por quase duas horas. A equipe informou que Lula não teve comprometimento cerebral. Ele ficará internado na UTI pelo menos até amanhã.
Momento sensível
O vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, assumiu parte da agenda de Lula, como a recepção ao primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico. Outros compromissos acabaram cancelados.
A internação ocorre em um momento sensível para o governo, em que o Congresso cobra a liberação de emendas para garantir a aprovação do pacote de cortes de gastos encaminhado pelo Planalto. Ontem, o governo editou portaria que deve permitir a retomada dos pagamentos (leia na página 7). _
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