terça-feira, 31 de dezembro de 2024


31 de Dezembro de 2024
INFORME ESPECIAL - Vitor Netto

A agenda mundial que se inicia

Ao olhar para 2024, a agenda geopolítica foi intensa. Internacionalmente, houve mudanças históricas nos poderes, manifestações em diversos países, ascensões e quedas de líderes e novos conflitos.

Olhando para a América do Sul, pode-se destacar as eleições na Venezuela, por exemplo, em que até hoje não foram apresentadas as atas da vitória do ditador Nicolás Maduro. Na Bolívia, uma tentativa de golpe de Estado e de derrubar o presidente Luis Arce. No Uruguai, o pupilo do ex-presidente Pepe Mujica, Yamandú Orsi, foi eleito presidente.

Na América Central, Claudia Sheinbaum foi eleita a primeira mulher na presidência do México. E nos Estados Unidos, já na América do Norte, a eleição do republicano Donald Trump para o seu segundo mandato à frente da maior potência do mundo.

Na Europa, observou-se avanço de partidos de direita. Na França, instabilidade política durante todo o ano. No Reino Unido, um trabalhista assumiu o posto de primeiro-ministro.

Ainda no velho continente, persiste a guerra entre Ucrânia e Rússia.

No Oriente Médio, o conflito entre Israel e os grupos terroristas Hezbollah e Hamas. Também ocorreu, recentemente, um conflito na Síria, que resultou na queda do ditador Bashar al-Assad.

Internacionalmente, acordos multilaterais foram firmados entre países.

O que olhar daqui para frente

Muito do que ocorreu em 2024 seguirá na pauta de 2025.

Haverá eleições presidenciais no Chile e na Bolívia. Novos primeiros-ministros surgirão no Canadá e na Alemanha. Na Argentina, a eleição de meio de ano definirá postos na Assembleia e no Senado. Posses nos Estados Unidos e no Uruguai. O primeiro, conta com relações com todo o planeta, e o segundo com vínculos históricos com o governo brasileiro.

Também haverá desdobramentos do importante acordo comercial entre o Mercosul e União Europeia (UE), firmado ainda em 2024 depois de anos de tratativas entre os países.

No caso do Brasil, por exemplo, o país vai liderar pela segunda vez a presidência rotativa do Brics, grupo de países emergentes. Belém, capital do Pará, será sede da COP30 e irá debater importantes assuntos sobre mudanças climáticas.

Além destas, outras agendas se formarão. A coluna reuniu abaixo 10 pautas que merecem atenção a partir do ano que se inicia. _

Principais pautas da geopolítica de 2025

Donald Trump assume, pela segunda vez, a presidência dos EUA. Entre as medidas que prometeu implementar, estão deportação de imigrantes ilegais, aumento do protecionismo, taxação de produtos chineses, saída do Acordo de Paris, entre outras.

Em outubro, terá eleições no Canadá. O primeiro-ministro, Justin Trudeau, mira a sua quarta disputa. Hoje, o país vive uma crise política e econômica.

De 1º de janeiro a 31 de dezembro, o Brasil exercerá a presidência rotativa do Brics. A última vez que o país presidiu o grupo foi há seis anos.

Belém (PA) será a sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025, a COP30, prevista para novembro. São esperados mais de 40 mil visitantes.

Em fevereiro, a Alemanha definirá o próximo chefe de governo. A disputa será, basicamente, entre o bloco conservador de centro-direita e o atual chanceler Olaf Scholz, que tenta reeleição. A candidata da ultradireta Alice Weidel, por exemplo, defende sair da UE.

Em agosto, a Bolívia vai às urnas para decidir o próximo presidente. Evo Morales ratificou sua candidatura, porém a Justiça proibiu que um presidente cumpra mais de dois mandatos. No mesmo partido, está Luis Arce que tentará a reeleição.

Em novembro será a vez do Chile escolher seu novo presidente. Os principais nomes: Antonio Kast, do Partido Republicano, e Evelyn Matthei, da União Democrática Independente. Gabriel Boric não disputará, pois no Chile não existe reeleição imediata.

O foco da Argentina para 2025 é com as chamadas eleições de meio de ano, que irão eleger os próximos integrantes do Congresso. Atualmente, Javier Milei não conta com a maioria do parlamento e seu grande desafio será fortalecer o número de aliados, tanto no Senado quanto na Câmara.

Yamandú Orsi toma posse como presidente do Uruguai em março. Ele substituirá o atual líder Luis Alberto Lacalle Pou. Orsi é apoiado pelo ex-presidente Pepe Mujica e promete ações sociais e econômicas.

Em 2024, o Mercosul e a União Europeia (UE) chegaram à conclusão de um acordo comercial. Porém, a entrada em vigor depende de etapas formais. Diante da burocracia, o processo não deve finalizar antes da metade de 2025.

INFORME ESPECIAL

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