Bolsonaro e a confissão velada
Na tensa entrevista que concedeu ao Gaúcha Atualidade na manhã de sexta-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro se exaltou ao ser questionado sobre o indiciamento pela Polícia Federal por tentativa de golpe no final de 2022. Criticou reiteradas vezes o ministro Alexandre de Moraes e chamou de bandidos os policiais que participaram da investigação.
Questionado pela jornalista Andressa Xavier sobre a reunião da qual participaram os comandantes das Forças Armadas, confirmou o encontro, mas negou que tenha feito qualquer consulta sobre golpe.
Na versão de Bolsonaro, o que se discutiu na reunião foram alternativas diante da impossibilidade de questionar o resultado da eleição no foro adequado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), já que o PL recebeu uma multa milionária por colocar em dúvida a integridade das urnas eletrônicas. Entre essas alternativas, estavam a decretação de estado de sítio ou de defesa e a GLO (garantia da lei e da ordem).
Com uma interpretação peculiar do artigo 142 da Constituição Federal, Bolsonaro insistiu que discutir essas alternativas era jogar dentro das quatro linhas, expressão que popularizou durante o mandato, quando dizia que, se quisesse, poderia ter ultrapassado esse limite.
Ainda que indiretamente, o ex-presidente confirmou que os então comandantes do Exército, general Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Júnior, opinaram que não havia o que ser feito contra o resultado da eleição.
Narrativa baseada em fake news
Bolsonaro insistiu que "ninguém viu a tal minuta do golpe", documento que consta no inquérito da Polícia Federal e cuja íntegra está à disposição de quem quiser procurar no Google.
O ex-presidente disse que está sendo perseguido pelo ministro Alexandre de Moraes desde 2018. Repetindo narrativa usada em outros momentos, insistiu na fantasia de que o Tribunal Superior Eleitoral fez campanha "com dinheiro público" para incentivar os jovens de 16 a 18 anos a fazerem o título eleitoral, porque esse público vota no PT. Foi preciso lembrar que o TSE e os TREs fazem campanhas para os jovens se alistarem de dois em dois anos, quando o Brasil realiza eleições. _
Lula faz duras críticas à comunicação do governo
Quem assistiu à manifestação do presidente Lula no encerramento do seminário nacional do PT, nessa sexta-feira, em Brasília, ficou com a sensação de que o ministro da Comunicação, Paulo Pimenta, foi colocado na frigideira diante dos companheiros. Lula, que falou por videoconferência, fez duras críticas à comunicação do governo e do PT. Disse que o partido precisa entender que o perfil do trabalhador mudou.
- Há um erro no governo na questão da comunicação e eu sou obrigado a fazer as correções necessárias - disse Lula. O presidente deixou claro que está insatisfeito:
- Há um erro, um equívoco meu na comunicação. O Stuckert (fotógrafo da Presidência) costuma dizer "presidente, o senhor é o maior comunicador do nosso partido, o senhor tem de falar mais". E a verdade é que não tenho organizado as entrevistas coletivas, elas não têm sido organizadas. Eu adoro falar em rádio.
Pimenta disse à coluna que não há conversa estruturada sobre mudanças, mas que Lula concordou em fazer o que ele está propondo há tempo. _
Ex-presidente falou com a Rádio Gaúcha ao lado do deputado Zucco
aliás
Você nunca verá um golpista admitir que planejou ou participou de um golpe de Estado.
Até hoje, os golpistas de 1964 chamam aquilo de "revolução".
Candidato até que a morte o impeça
Na entrevista à Rádio Gaúcha, Jair Bolsonaro disse que é o plano A, B e C para a eleição de 2026 e que será candidato até a morte civil ou política.
Questionado se o seu candidato seria Eduardo Bolsonaro ou o governador Tarcísio Gomes de Freitas, caso continue inelegível, respondeu em tom de deboche:
- Vou indicar você.
O ex-presidente acredita que com a mudança na composição do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) vai conseguir reverter a inelegibilidade. _
mirante
O prefeito de Gravataí, Luiz Zaffalon, recebeu na sexta-feira a Medalha do Mérito Farroupilha, por proposição do deputado Dimas Costa (PSD). Dimas era cotado para concorrer a prefeito, mas abriu mão em favor de Zaffalon.
O jornalista Daniel Scola receberá no próximo dia 13, às 11h, na Assembleia Legislativa, a Medalha da 56ª Legislatura. A homenagem foi proposta pela deputada Nadine Anflor (PSDB).
O MDB fará uma imersão com os prefeitos e vices eleitos nesta segunda-feira, das 9h às 18h, no Hotel Embaixador, em Porto Alegre. Em 2025, o partido governará o segundo maior número de municípios, mas é o primeiro em população (25% do total).
Cezar Schirmer reassumiu a Secretaria de Planejamento da Capital. A segunda suplente do MDB, Camila Nunes, assumirá na Câmara.
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