segunda-feira, 9 de dezembro de 2024


09 de Dezembro de 2024
OPINIÃO RBS

OPINIÃO RBS

Empenho para vacinar reconhecido

O esforço para elevar a cobertura das vacinas previstas pelo Programa Nacional de Imunizações (PNI) depende em grande medida dos municípios, responsáveis pelo atendimento na ponta do sistema de saúde. Assim sendo, é justo e conveniente valorizar e reconhecer as prefeituras que, com o empenho de suas gestões e equipes, alcançam os resultados desejados. É um estímulo para que continuem a bater as metas. Devem também funcionar como um incentivo às cidades que ainda não alcançaram os objetivos traçados.

É nesse contexto que se mostram acertadas as iniciativas do Estado para distinguir os municípios gaúchos exitosos em suas estratégias de vacinação. Na quinta-feira, o governo gaúcho fez a entrega do Selo Município Amigo da Vacina e das premiações do projeto Te Vacina RS - Imuniza Escola.

O primeiro, parceria entre a Secretaria Estadual de Saúde (SES) e o Ministério Público (MP), certifica as prefeituras que atingiram as metas para três imunizantes do calendário básico para crianças e adolescentes - pentavalente, tríplice viral e HPV. Elas protegem contra várias doenças. O objetivo para as duas primeiras é chegar a 95% do público-alvo dentro do esquema previsto para até um ano de idade e, para o HPV, atingir 80%, na faixa de nove a 14 anos, entre meninos e meninas. A segunda iniciativa, da SES, agraciou com prêmios em dinheiro os municípios com as maiores taxas de vacinação contra o HPV.

O Selo Município Amigo da Vacina contemplou 417 das 497 cidades com as distinções ouro, prata ou bronze. O Selo Ouro, distribuído para 139 prefeituras, foi para as gestões que alcançaram as metas nas três vacinas. Mas, ao mesmo tempo que os bons resultados merecem reconhecimento, deve-se saber os motivos de existirem municípios com baixas coberturas. São locais que precisam de olhar especial.

O projeto Te Vacina RS - Imuniza Escola distribuiu prêmios de R$ 40 mil a R$ 100 mil para os dois primeiros colocados nas categorias, separadas pelo número de crianças e adolescentes na faixa indicada para a vacina contra o HPV. O maior valor foi recebido por Caçapava do Sul, cidade do recorte de 1.501 a 10 mil meninos e meninas de nove a 14 anos. A cobertura chegou a 96,77%. Os maiores centros urbanos do Rio Grande do Sul preocupam. Nenhum município com público-alvo de mais de 10 mil atingiu o propósito.

Em meados da última década, o país passou a ter queda na vacinação em crianças, o que elevou o risco de volta de doenças erradicadas. Foi o caso do sarampo. O status de livre da enfermidade foi conquistado em 2016, mas dois anos depois o vírus acabou reintroduzido. Mês passado, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana da Saúde a recertificação de livre do sarampo. Felizmente, a curva de imunização voltou a se inverter a partir de 2022. Espera-se que seja uma tendência.

Vacinas são essenciais para minimizar a circulação de vírus e são uma proteção individual e coletiva. Altas coberturas também escudam quem, por qualquer razão de saúde, não pode ser imunizado. Além do reforço na comunicação, para combater a desinformação e lembrar os pais da importância de vacinar as crianças, as estratégias de busca ativa desempenhadas por municípios são cada vez mais necessárias para atingir as metas. _

É justo e conveniente valorizar as prefeituras que, com o empenho de suas gestões e equipes, alcançam os resultados desejados

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