18 de Dezembro de 2024
INFORME ESPECIAL - Rodrigo Lopes
Potências em crise
Não é bom para o mundo em geral e para a União Europeia (UE) em particular que as duas maiores potências do bloco estejam em crise, principalmente na hora em que a guerra entre Rússia e Ucrânia se aproxima de um momento decisivo e às vésperas da posse de Donald Trump, um presidente que costuma deixar na mão os aliados do Velho Continente.
Em 9 de junho, Emmanuel Macron resolveu dissolver a Assembleia Nacional e convocou eleições legislativas antecipadas. A decisão ocorreu depois que a ultradireita conquistou quase um terço dos votos dos franceses nas eleições para o Parlamento Europeu, superando significativamente a aliança centrista de Macron.
Em uma manobra suicida, ele tentou reverter o frágil apoio no parlamento francês, onde seu campo de centro-direita tinha o maior número de assentos, mas não a maioria absoluta, o que dificultava o avanço dos projetos. As eleições legislativas, porém, foram um tiro no pé.
Na Alemanha, o parlamento declarou na segunda-feira que não confiava mais em seu chanceler, deflagrando eleições marcadas para 23 de fevereiro. A coalizão que mantinha Olaf Scholz no poder implodiu.
Uma Europa enfraquecida interessa, por certo, à Rússia. Mas a ironia é que as duas crises foram provocadas pelos próprios governos francês e alemão. Macron e Scholz apostaram alto. Confiaram demais em si. E perderam. _
FIRS com nova presidência
A Federação Israelita do Rio Grande do Sul (FIRS) elegeu uma nova presidência para o biênio 2025-2026. A entidade será assumida, a partir de janeiro, por Daniela Russowsky Raad, que se torna a mulher mais jovem a ocupar o cargo e a segunda no cargo.
Na gestão atual, Daniela já atuava no cargo de vice e substituirá o presidente Marcio Chachamovich. Entre as principais pautas apresentadas por ela para o próximo mandato está o combate ao antissemitismo. Ela é neta de judeus e libaneses. _
Como foi o almoço de dom Jaime em Porto Alegre
A música Jesus Bleibet Meine Freude (Jesus Alegria dos Homens), do compositor Johann Sebastian Bach e interpretada pela pianista Marina Gimenez, foi o som que harmonizou o almoço reservado que padres, bispos, religiosos e convidados tiveram junto ao recém-criado cardeal, dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre.
O evento, ontem no Salão Nobre da Catedral, reuniu cerca de 380 pessoas. Na entrada, o fruto do mar preferido de dom Jaime: camarões ao perfume de limão siciliano, mix de folhas, fitas de abobrinhas e cenoura marinadas, brotos e flores. No prato principal, medalhão de filé mignon ao demi-glace com champignons, mousseline de baroa e farofa crocante. De sobremesa, peras ao vinho tinto, acompanhadas de sorvete de creme e crocante de castanhas. Tudo isso acompanhado do vinho gaúcho Perini.
Perde-se a conta de quantas fotos e apertos de mãos dom Jaime deu. À coluna, ele brincou:
- Jornalista é perigoso, pois coloca uma casca de banana para pisarmos em cima.
A coluna retrucou que não era bem assim. Ele respondeu:
- Às vezes, pior, coloca duas cascas.
Dom Jaime naturalmente é conhecido pela simplicidade e carisma. Ainda na celebração antes do almoço, contou, nas palavras dele, uma "fofoca". Teve de abandonar uma celebração no Vaticano, em Roma, para não perder o avião de volta. _
Altamente procurado: no almoço com o cardeal dom Jaime Spengler, o ex-prefeito de Porto Alegre José Fortunatti quase não conseguiu almoçar, de tantas vezes que precisou parar para cumprimentar os presentes que passavam.
Um chapéu de cardeal esquecido em Roma
Dos 26 anos em que trabalha com vestimentas litúrgicas, 14 deles Madalena Benchaya dedica-se às roupas de dom Jaime Spengler, arcebispo metropolitano de Porto Alegre que foi criado cardeal da Igreja Católica no início do mês.
Uma celebração de acolhida, realizada ontem na Catedral Metropolitana, marcou a recepção da comunidade religiosa da Capital ao mais novo cardeal brasileiro. No evento, dom Jaime estava utilizando uma casula (espécie de cobertura sobre a batina) e uma mitra (chapéu) confeccionados pela Arte Sacra, empresa catarinense da qual Madalena é proprietária.
- Fiz a roupa de quando ele se tornou bispo, há 14 anos. Já é um amigo da família - contou à coluna.
O traje vermelho, cor símbolo dos cardeais, foi usado somente no almoço após a celebração. Porém, o utilizado ontem por dom Jaime não foi feito por Madalena. Foi um presente de Roma. Contudo, o barrete, ou seja, o chapéu, foi confeccionado por ela:
- Dom Jaime esqueceu em Roma o barrete que ganhou do Vaticano. Então, me ligou e pediu que eu fizesse um novo para ele. Até brincou que o meu serviu melhor e disse que o do Papa tinha de ser colocado com força.
E não é só do religioso "cataúcho" (que nasceu em SC, mas galgou postos na Igreja no RS) que ela faz as vestimentas. Já vestiu os papas Bento XVI e Francisco.
- É uma honra. Uma gratificação muito grande. É o reconhecimento do trabalho de anos. Não só a mim, a toda a empresa e aos funcionários, porque são eles que as fazem - disse emocionada. _
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