terça-feira, 24 de dezembro de 2024


Galeazzi era sócio de indústria do norte gaúcho

Vítima da queda do avião que pilotava em Gramado, Luiz Cláudio Salgueiro Galeazzi, 61 anos, era sócio da Credeal, tradicional fabricante de cadernos de Serafina Corrêa, município do norte do Rio Grande do Sul.

Tinha como parceiro na sociedade o empresário gaúcho Edilson Deitos, que conversou com a coluna ainda consternado com o acidente.

- Não temos nem para quem mandar condolências - desabafou, referindo-se ao fato de nove familiares também terem morrido.

Juntos, os dois empresários arremataram a companhia há cinco anos no leilão da recuperação judicial. Desde então, reestruturavam o negócio, o que é o ramo mais forte de atuação da consultoria de Galeazzi, fundada pelo pai, Claudio Galeazzi.

- Ele pegou o ritmo do pai e tinha visão e uma bagagem de experiência. Aprendi muito com ele, sabia o que conseguir, com gestão. Tinha o perfil de assumir empresas estressadas - conta Deitos, com quem tinha reuniões frequentes. - No início, nos reuníamos todas as semanas. Agora, duas vezes ao mês, mas sempre trocando informações e indicadores da indústria. Era uma pessoa fantástica, motivadora.

Embora as reuniões agora fossem quase sempre online, Deitos conta que Galeazzi também pilotava seu avião quando ia a Serafina Corrêa.

- Aterrissava em Passo Fundo. Tinha muita experiência em pilotar - afirma o sócio, não acreditando que o empresário decolaria se não acreditasse que havia condições climáticas.

Deitos e Galeazzi integravam o conselho da Credeal, que já foi a maior fabricante de cadernos do país. Assumiram a empresa seis meses antes da pandemia, que gerou dois anos de dificuldades porque caiu o consumo de cadernos. Depois, após a invasão da Ucrânia, a Rússia retaliou o embargo econômico, provocando escassez de papel.

- Não tínhamos estoque porque a empresa vinha de uma crise. Foram agora nestes últimos dois anos que conseguimos dar a volta por cima e reconquistar mercado - lembra Deitos. _

Entrevista - Claudio Bier - Presidente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs)

"Uma Itaipu de energia eólica no RS"

Aprovado pelo Congresso, um novo marco legal tem potencial de destravar US$ 60 bilhões em parques de energia eólica offshore no RS. Em entrevista ao Gaúcha Atualidade, o presidente da Federação das Indústrias (Fiergs), Claudio Bier, falou que trata-se de uma das apostas do setor.

Qual a potência eólica que o Estado teria?

Temos condições de ter uma Itaipu de energia eólica (referindo-se à maior hidrelétrica do país). O Rio Grande do Sul tem uma situação privilegiada de vento. É constante como no Nordeste.

Mas o Nordeste tem crédito mais barato do fundo constitucional, que o Sul não tem. Termos essa fonte de recurso depende do Congresso. Fiergs trabalhará nisso?

Muito, pois é uma grande oportunidade. Imagine o impacto na nossa economia. Estou otimista com 2025 por isso, pela grande safra e pelo investimento de R$ 24 bilhões da CMPC, no qual expandimos a participação de fornecedores gaúchos. Também há os bilhões de reais que rolamos da dívida com Estado com a União. Espero que vá para obras.

Como serão as mudanças no Senai e no Sesi?

São dois braços importantíssimos, mas pouca gente se dá conta que são da Fiergs. Contratamos a Falconi (consultoria de gestão) para nos assessorar. Ela fez três mapas: da Fiergs/Ciergs com seus diretores e vice­­presidentes, do Sesi e do Senai. É inadmissível. Temos que ter um mapa só, para uma Fiergs mais ágil, dinâmica e propositiva. Temos lugares onde um não fala com o outro. Em Pelotas, onde Sesi e Senai têm uma sede maravilhosa, de um lado, a grama estava bonitinha, cortadinha, do outro, feia e alta.

Já escolheu quem comandará a unificação?

Provisoriamente, fica o Paulo Herrmann (CEO da Fiergs). Abaixo dele, vamos contratar um diretor que cuidará de tudo e tentará unificar Sesi e Senai. Ali, temos dois departamentos de marketing, dois de compras... Temos muita gente boa lá, mas muitos debaixo da mesa. Temos de descobri-los e botar a trabalhar. Quando entrei, reuni a diretoria e disse: "Viemos transformar a Fiergs, que tem de ser a cara da indústria". Nas nossas indústrias, fizemos assim. Estão dispostos. Tenho delegado e recebido muito auxílio dos meus vice-presidentes, de todos os diretores. Anda tudo que eu peço.

?Terá enxugamento de pessoas na estrutura?

Não necessariamente. O que queremos é aumentar produtividade.

Pretende ampliar a Fiergs? O prefeito Sebastião Melo falou sobre assumirem a área da usina de asfalto de Porto Alegre.

A Embrapii (Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial) e a prefeitura querem que a gente construa o centro de tecnologia e competência no Centro de Porto Alegre. A prefeitura tem uma usina de asfalto atrás da Fiergs que deixa os carros dos nossos funcionários com fuligem. Eu queria que tudo ficasse junto lá (o centro de tecnologia na sede da Fiergs), mas me convenceram de que o Centro é melhor e está tudo encaminhado para o projeto sair na Orla. Nessa negociação, pedi ao prefeito que cedesse a área da usina, e a Fiergs conseguiria outra ou transferiria a usina para um espaço da prefeitura. _

- Fui gerente da Melitta (marca de café) e rodei supermercados de todo o Sul. Vi pujança em SC tomada por atacarejos, mas apostamos em lojas de bairro com carne e pão quentinho - diz o dono do Super Daki, Paulo Dreger, que também preside a Rede Grande do Sul.

A próxima loja terá acesso por uma marina. _

Os 342 terrenos colocados à venda no Peninsula, condomínio que a Melnick Arcadia construirá com R$ 80 milhões na praia de Atlântida Sul, foram vendidos em uma manhã. A renda familiar média mensal dos compradores vai de R$ 50 mil a R$ 100 mil.

ACERTO DE CONTAS 

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