quarta-feira, 11 de setembro de 2013


11 de setembro de 2013 | N° 17550
EDITORIAIS ZH

Mau começo

Depois de sua controversa criação, o mínimo que se espera da Empresa Gaúcha de Rodovias é um cuidado especial para não desagradar aos usuários das estradas reestatizadas com pedágio mais barato. Infelizmente, não é o que se vê em Venâncio Aires, onde o Ministério Público local acaba de ajuizar ação pedindo a suspensão da cobrança da tarifa devido às más condições da RSC-287 e à retirada dos serviços de socorro médico e guincho aos motoristas.

Ainda que se considerem os fatores climáticos adversos, especialmente a chuva continuada que provocou a deterioração rápida de muitas estradas, a precária operação tapa-buraco promovida pela empresa estatal representa um mau começo para a administração da EGR.

O que os usuários almejavam, a partir da criação da empresa, no ano passado, e do início da gestão estatal, há três meses, era exatamente o contrário. O Estado decidiu interferir na administração das rodovias sob o argumento de que as concessionárias privadas arrecadavam muito sem oferecer, na mesma medida, retorno em investimentos.

Sustentada pela expectativa de que atenderia às queixas de pessoas e empresas insatisfeitas, a EGR começou a operar sob o desafio de que não poderia assegurar menos do que suas antecessoras na exploração das estradas. A empresa, aliás, prometeu que poderia fazer mais com menos, ao adotar como principal apelo a redução das tarifas.

Uma das interrogações mais frequentes é a que põe em dúvida a capacidade da EGR de promover melhorias significativas nas rodovias, entre as quais as duplicações exigidas por muitos trechos com trânsito saturado. O que se percebe agora, nesse caso, é que a estatal não consegue nem mesmo fazer a manutenção básica que reduza o número de buracos.


O que está em jogo, com o questionamento do MP, é a garantia da qualidade dos serviços e também a própria imagem da empresa. O Estado deve oferecer respostas imediatas, para que a população possa avaliar o impacto da criação da EGR e da troca de gestores das estradas.

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