30
de setembro de 2013 | N° 17569
L.
F. VERISSIMO
Sedução
(Da
série “Poesia numa hora destas?!”)
Esta sacada para o Gran Canal
esta
Lua de cartão-postal
(depois
de um pôr de sol do Tiepolo)
este
salão descomunal
e um
mordomo chamado Manolo...
As
lagostas do jantar
os
filés, o manjar
o
cheque sob o “rechaud”
as
frutas do meu pomar
e os
vinhos do meu “chateau”...
Um
final de fantasia
pavê
e ambrosia
junto
com um grande “apfelstrudel”.
E ao
fundo (covardia)
Miles
Davis no “flugel”...
Na
cama em forma de nau
ela
não pode conter um “uau”
de
sacudir o palazzo inteiro.
Não
sei se foi meu “know-how”
ou a
joia no travesseiro.
Pois
o chocolate suíço
os
pavões e o serviço
o
Rolls-Royce e este show...
Será
que ela liga pra isso
ou
me ama pelo que eu sou?
O
IMITADOR
“João,
imita cachorro”
dizia
a cruel Maria
dando
o pé pra ser lambido.
“Agora
imita cavalo”
e
virava no outro sentido.
“João,
imita tapete”
dizia
a cruel Maria quando o
queria
rasteiro.
Ou
“imita caixa automática”
quando
queria dinheiro.
E um
dia a cruel Maria
disse
“João, imita gente”
e
disse o João “imito quem?”
“Sei
lá, qualquer pessoa,
você
vai pensar em alguém”
E
João, o imitador, imitou
Jack,
o Extirpador.
OBSERVAÇÃO
ANTROPOLÓGICA
Se
agarram, rolam pelo chão, abraçados, e se beijam com fervor...
Ou
foi gol, ou é amor.
O
SEDUTOR MÉDIO
Vamos
juntar nossas rendas
e
expectativas de vida
querida,
o que me dizes?
Ter
2,3 filhos e ser meio felizes?
O
SEDUTOR INTELECTUAL
Eu
diria algo brilhante sobre
soutiens
com enchimento
Mas
não é o momento, não é o momento...
Te
contei que minha miopia regrediu?
Desculpe,
é nervosismo, viu?
Não vá,
espere, não desista de mim
eu
nunca desisti, não me deixe assim.
Daqui
a pouco, garanto, um outro se ergue, eu sou só a ponta de um iceberg.
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