sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Jaime Cimenti

O novo livro de Liberato Vieira da Cunha

De Pero Vaz de Caminha a Rubem Braga, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Carlos Drummond de Andrade, passando por Machado de Assis, José de Alencar e Nelson Rodrigues, chegando a autores contemporâneos como Carlos Heitor Cony, Luis Fernando Verissimo e Zuenir Ventura, a crônica no Brasil percorreu um longo caminho e segue encantando os leitores.

Pelas qualidades literárias de alguns textos e pela sua profunda brasilidade, a crônica mereceu status de gênero jornalístico e literário, e os trabalhos mais perenes figuram em antologias, muitas reeditadas e estudadas em escolas e universidades. O jornalista, contista, romancista e cronista Liberato Vieira da Cunha, nas últimas décadas, marca presença na literatura brasileira como um dos cronistas mais lidos. Acaba de lançar O silêncio do mundo, com crônicas publicadas entre 2002 e 2013.

Como ele mesmo diz, se diverte escrevendo, usando a primeira pessoa, histórias com começo, meio e fim, falando de homens, mulheres, casas, situações, amores e desamores do cotidiano. Com seu estilo simples e direto, nostálgico , lírico, com leves e sutis toques de humor, o autor nos fala de seus pais, da primeira Feira do Livro, de ruas de Porto Alegre, especialmente a Duque de Caxias, de antigas mansões, damas misteriosas, mulheres lindas, encontros e desencontros, de alegrias e tristezas e de presenças e ausências.

Liberato, em seus textos, também fala de cinema, de livros, da inevitável passagem do tempo e de instantes que merecem registro na memória e no papel, por sua beleza, sua singularidade e por se apresentarem aos sentidos atentos e aguçados do cronista.

O autor escreveu que não sabe bem o que é o passado, mas sabe que o presente é a soma de todos os passados. Num momento em que a crônica se transformou, na maior parte do tempo, para o bem e para o mal, em pequenos artigos de opinião, é importante a presença de um autor que trabalha - e muito bem - os fundamentos e as raízes de um gênero que os brasileiros consagraram e nos apresenta temas tão essenciais, eternos e inspiradores. Nem todo o tempo e nem todos os assuntos estão perdidos.


Ah, o Liberato espera os amigos dia 1 de outubro, às 19h, na Saraiva do Moinhos Shopping, para autógrafos, conversas, vinhos, apertos de mão,  abraços, beijos, sorrisos y otras cositas más. Editora AGE, 206 páginas, R$ 38,00, www.editoraage.com.br.

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