Jaime
Cimenti
O novo livro de Liberato Vieira da
Cunha
De
Pero Vaz de Caminha a Rubem Braga, Fernando Sabino, Paulo Mendes Campos, Carlos
Drummond de Andrade, passando por Machado de Assis, José de Alencar e Nelson
Rodrigues, chegando a autores contemporâneos como Carlos Heitor Cony, Luis
Fernando Verissimo e Zuenir Ventura, a crônica no Brasil percorreu um longo
caminho e segue encantando os leitores.
Pelas
qualidades literárias de alguns textos e pela sua profunda brasilidade, a crônica
mereceu status de gênero jornalístico e literário, e os trabalhos mais perenes
figuram em antologias, muitas reeditadas e estudadas em escolas e universidades.
O jornalista, contista, romancista e cronista Liberato Vieira da Cunha, nas últimas
décadas, marca presença na literatura brasileira como um dos cronistas mais
lidos. Acaba de lançar O silêncio do mundo, com crônicas publicadas entre 2002
e 2013.
Como
ele mesmo diz, se diverte escrevendo, usando a primeira pessoa, histórias com
começo, meio e fim, falando de homens, mulheres, casas, situações, amores e
desamores do cotidiano. Com seu estilo simples e direto, nostálgico , lírico,
com leves e sutis toques de humor, o autor nos fala de seus pais, da primeira
Feira do Livro, de ruas de Porto Alegre, especialmente a Duque de Caxias, de
antigas mansões, damas misteriosas, mulheres lindas, encontros e desencontros,
de alegrias e tristezas e de presenças e ausências.
Liberato,
em seus textos, também fala de cinema, de livros, da inevitável passagem do
tempo e de instantes que merecem registro na memória e no papel, por sua
beleza, sua singularidade e por se apresentarem aos sentidos atentos e aguçados
do cronista.
O
autor escreveu que não sabe bem o que é o passado, mas sabe que o presente é a
soma de todos os passados. Num momento em que a crônica se transformou, na
maior parte do tempo, para o bem e para o mal, em pequenos artigos de opinião, é
importante a presença de um autor que trabalha - e muito bem - os fundamentos e
as raízes de um gênero que os brasileiros consagraram e nos apresenta temas tão
essenciais, eternos e inspiradores. Nem todo o tempo e nem todos os assuntos
estão perdidos.
Ah,
o Liberato espera os amigos dia 1 de outubro, às 19h, na Saraiva do Moinhos
Shopping, para autógrafos, conversas, vinhos, apertos de mão, abraços, beijos, sorrisos y otras cositas más.
Editora AGE, 206 páginas, R$ 38,00, www.editoraage.com.br.
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