10
de setembro de 2013 | N° 17549
REPORTAGEM
ESPECIAL
Um pouquinho mais
feliz
Ranking
divulgado pela Organização das Nações Unidas (ONU) destaca a Dinamarca como o
país mais feliz do mundo. O Brasil melhorou de leve e subiu uma posição em
relação ao levantamento anterior, aparecendo em 24º lugar.
OBrasil
é o 24º país mais feliz do mundo, de acordo com o Relatório da Felicidade
Mundial 2013, divulgado ontem pela Rede de Soluções para o Desenvolvimento
Sustentável da Organização das Nações Unidas (ONU).
Dominado
pelo norte da Europa, o topo do ranking exibe Dinamarca, Noruega, Suíça,
Holanda e Suécia. Os mais infelizes entre os 156 participantes avaliados estão
concentrados na África: Ruanda, Burundi, República Centro-Africana, Benin e
Togo.
Pesquisadores
se basearam em dados como o Produto Interno Bruto (PIB) per capita e
expectativa de vida e também nas impressões dos entrevistados sobre aspectos de
suas relações e atividades cotidianas: liberdade para fazer escolhas,
existência de corrupção nos negócios e nos governos, suporte social (pessoas
capazes de prestar auxílio em momentos difíceis) e generosidade (atestada em
práticas como doações para instituições de caridade, por exemplo).
Os
questionários solicitavam que os participantes dessem uma nota de zero a 10,
classificando a vida que levam em uma escala variando entre boa e ruim, e
também sensações específicas vivenciadas na véspera: alegria, felicidade,
preocupação, tristeza e raiva. “Você sorriu ou riu muito ontem?” era uma das
perguntas.
Depressão
é uma grande ameaça
Editor
do relatório, o canadense John F. Helliwell, professor de Economia da
Universidade de British Columbia, em Vancouver (Canadá), afirma que houve um
pequeno aumento da felicidade média no planeta, em comparação com os resultados
do levantamento anterior, divulgado em 2012, onde o Brasil aparecia em 25º.
Enquanto 41 nações ficaram menos felizes, outras 60 se tornaram mais felizes.
Um dos objetivos do trabalho, além de enumerar as variadas implicações do
bem-estar no dia a dia, é embasar a criação de políticas públicas, oferecendo
informações por vezes subjetivas, mas, segundo os organizadores, tão
importantes como estatísticas econômicas.
Fator
determinante para a felicidade, a saúde mental também é citada como a maior das
ameaças. De acordo com o relatório, cerca de 10% da população mundial sofre de
depressão e transtornos de ansiedade. Esses problemas são apontados como as
principais causas de incapacidade e ausência no trabalho, representando altos
custos econômicos e impondo extremo sofrimento aos pacientes. Para o psiquiatra
e psicanalista Nilson Sibemberg, os quadros mais graves envolvendo sintomas
como tristeza, ansiedade e irritabilidade impactam o indivíduo de forma global,
comprometendo também as relações. Segundo o médico, a resistência em procurar
ajuda diminuiu nos últimos anos.
–
Cada vez mais, as pessoas têm buscado tratamento, até em função de um certo
imperativo da cultura contemporânea, o imperativo da felicidade, a ideia de que
todos temos que ser felizes 100%, todos os dias, em todos os momentos. Isso faz
com que alguns procurem ajuda não porque estão tristes, mas porque não estão de
acordo com esse modelo – comenta Sibemberg.
larissa.roso@zerohora.com.br
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