02
de setembro de 2013 | N° 17541
PAULO
SANT’ANA
Teóricos da desordem
Devem
agora estar satisfeitos os que criticavam que o Internacional levava gols
demais. Não levou nenhum gol em Curitiba. Mas também não fez gol algum. Os teóricos
da desordem desconhecem que há uma relação de alteridade entre fazer e tomar
gols: muitas vezes sofrer gols é um bom sinal, se isso for acompanhado de gols
feitos.
E
está aí o Internacional afundando na tabela, porém satisfazendo os teóricos da
desordem, que reclamavam contra a quantidade de gols sofridos.
Eu
provo que um time acabará sendo rebaixado neste Brasileirão se não tomar nem
marcar gols em todo o campeonato. Em suma, se obtiver em todos os jogos o
resultado que o Inter alcançou ontem: zero a zero.
Mas
lá se vão já sete jogos do Internacional sem vitória. Clube grande nenhum que
tenha grande torcida resiste a tal exasperante série sem triunfos.
E,
antes do início do Brasileirão, quase todos acreditavam que o Internacional
fosse superar o Grêmio na tabela. Os figurões que o Inter ostenta em seu ataque
e no banco de reservas davam aos analistas a quase certeza de que o Grêmio
teria menores resultados que o Inter no certame.
Então,
por que está acontecendo de o Grêmio estar lá na frente do Internacional na
tabela? A explicação é simples: treinador. Renato vem mostrando mais talento do
que Dunga para administrar seu time.
Não
que o Grêmio seja lá essas coisas. Mas cinco vitórias consecutivas do Grêmio
credenciam Renato como ótimo treinador. Três vitórias fora de casa, o que o Grêmio
nunca, jamais, obteve antes de Renato.
O
fato decisivo para isso é que Renato encaixou o método: três zagueiros centrais
e mais três volantes.
Teve
tanto êxito essa bolação do Renato, que o Grêmio, para alcançar a invejável
posição que ostenta hoje na tabela, resistiu até mesmo às defecções de Zé Roberto,
Elano e Vargas. Ninguém poderia adivinhar que, sem Zé Roberto, Elano e Vargas,
o Grêmio conseguiria ingressar e se manter com firmeza no G-4.
Mas
ingressou e vem se mantendo. Treinador é sempre elemento fulcral para o êxito
ou o fracasso de um time em um certame. E assessor de imprensa também.
É comovente
o que vem acontecendo com Luxemburgo no Fluminense, ameaçado de rebaixamento, e
com Mano Menezes no Flamengo. Os dois treinadores afundam na direção de seus
times, o Flamengo levou quatro ontem do Corinthians.
Por
sinal, quando Fábio Koff necessitava de apoio político para demitir Luxemburgo,
corri em seu auxílio. Eu havia notado a decadência profissional de Luxemburgo
em pleno exercício de suas funções no Grêmio.
E
funcionou o meu agrément, principalmente porque apoiei incondicionalmente a
contratação de Portaluppi.
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