21 de fevereiro de 2014
| N° 17711
PAULO SANT’ANA
Caxias do Sul
Tenho recebido incontáveis e
comoventes apoios da comunidade acerca das colunas que tenho escrito sobre a
Copa do Mundo.
As pessoas não se conformam com o
derrame dos recursos públicos alocados para os estádios da Copa e seus entornos
e mostram indignação com o desperdício do dinheiro público em obras que
beneficiarão só determinados clubes, deixando de lado importantes obras e a
manutenção de serviços essenciais, entre os quais estão os serviços de
emergência do Hospital de Pronto Socorro (HPS), do Hospital Materno-Infantil
Presidente Vargas e dos pronto-atendimentos Cruzeiro do Sul, Bom Jesus e Lomba
do Pinheiro.
O prefeito José Fortunati vai ter
de dar a mesma atenção que dá à Copa do Mundo de Porto Alegre a esses setores.
Foi ontem um dia de retrocesso
memorial e progresso sentimental para mim: voltei a participar do Sala de
Redação fora do estúdio, na Festa da Uva, em Caxias do Sul.
Rememorei com deliciosa nostalgia
as centenas de programas Jornal do Almoço e Sala de Redação de que fui ator em
tantas e tantas viagens que fiz pelo Interior.
A gente faz uma viagem estafante,
mas vale a pena. Se bem que a van que puseram à nossa disposição ontem era
realmente moderna e funcional.
Depois, vem a recompensa no
contato com o público. Ontem, na Praça Dante Alighieri, em Caxias do Sul, fomos
alvo de carinho emocionante por parte do público, havia pessoas que foram me
presentear com bengalas (vejam o ponto a que cheguei) e eu entendi aquilo como
ânsia de me ampararem nos caminhos que ainda me restam pela vida.
E gente de todas as partes, de
todas as idades, de ambos os sexos, querendo nos tocar e dando-nos a impressão
de que nos designam comunicadores de grande importância em suas vidas.
É uma excitante experiência de
participação comunitária.
De minha parte, é muito
importante para mim que o acaso ou a vocação me tenham atirado à vida de
comunicador. Por ela, fui praticamente obrigado a não me descuidar dos
interesses da minha cidade, do meu Estado, do meu país e também como ser humano
existente e participante de tudo que se desenrola ao meu redor e de alguma
forma influi nos destinos do meu povo e da minha espécie.
Foi uma deslumbrante profissão a
que abracei e noto que me dediquei em centenas de vezes a mergulhar em
múltiplos socorros a meus semelhantes.
Que grande profissão!
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