19 de fevereiro de
2014 | N° 17709
PAULO SANT’ANA
Dane-se a Copa do Mundo
Fosse eu prefeito de Porto Alegre
e estivesse sendo chantageado para custear com o dinheiro público os R$ 22,6
milhões destinados às estruturas temporárias em torno do Beira-Rio, que faltam
para que a Copa do Mundo seja realizada em Porto Alegre, não assinaria a verba.
Que a Fifa, que tem lucros
bilionários com a Copa do Mundo, custeie as obras, não a prefeitura de POA. Pelo
que noto, a prefeitura vai ceder à chantagem.
Mas como, se leio que o setor de
emergência clínica do Hospital de Pronto Socorro está negligenciado? Se o
Pronto Socorro está em apuros, como a prefeitura vai pagar R$ 22,6 milhões para
as tais obras de estrutura temporária em torno do Beira-Rio?
Isso só cabe em cérebros de
tolos. E eu não sou néscio. Se eu fosse prefeito de Porto Alegre, influenciaria
para que esta Copa do Mundo fosse jogada na Cochinchina, não aqui.
Cá para nós, qual a vantagem para
um milhão e meio de porto-alegrenses que a Copa seja jogada em nossa cidade?
Meia dúzia de jogos sem o Brasil? Isso é uma besteira.
Quando, lá atrás, se cogitou que
a Copa vinha para o Brasil, parece que eu estava adivinhando que isso iria
estourar no meu lombo. Pois estourou no lombo dos porto-alegrenses, como tudo
se anuncia.
Isso tudo tinha de ser cobrado do
Lula, que foi quem inventou que a Copa tinha de ser jogada no Brasil.
Não do tesouro público federal,
mas na conta particular do Lula, que foi se assanhar com a Fifa para trazer a
tal de Copa para o Brasil.
E os porto-alegrenses é que vão
arcar com as despesas?
Isso é um inominável despautério.
Repito, se eu fosse prefeito de
Porto Alegre, mandava esta Copa do Mundo para o inferno, não deixava que ela
fosse jogada aqui, nem no Beira-Rio nem na Arena.
Mas, se o Hospital de Pronto
Socorro está em sérias dificuldades para equipar a sua emergência clínica, é um
despropósito monumental que a prefeitura vá enterrar R$ 22,6 milhões sem
retorno nessas estruturas temporárias. Já por serem temporárias e não redundarem
em nenhum benefício para a cidade nem para o Beira-Rio, eu não pagava essa
conta.
Essa conta não é nossa. Que vá
pagá-la o ventre que produziu tão feio e inútil parto.
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