13 de fevereiro de 2014
| N° 17703
EDITORIAIS
NÃO NOS REPRESENTAM!
A prisão do jovem que acendeu o
rojão que causou a morte do cinegrafista Santiago Andrade escancara a
delinquência e a irresponsabilidade de indivíduos que se valem de manifestações
populares para agredir, depredar e cometer todo tipo de transgressão.
Amedrontado pela repercussão do episódio, o auxiliar de serviços gerais procura
passar a imagem de vítima e alega que foi apenas um acidente.
Não foi. Foi um
crime. E esse jovem aparentemente ingênuo, mas já com passagens pela polícia e
com envolvimento com drogas, assim como tantos outros que se valem da violência
para buscar um protagonismo que não conseguem obter de outra forma, tem que ser
julgado pelo seu delito e confrontado com os danos causados por sua atitude
insensata.
O deplorável acontecimento não
deve ser utilizado como pretexto para desclassificar manifestações legítimas e
democráticas. Mas deve, sim, marcar uma virada da sociedade brasileira em
relação à tolerância aos vândalos, saqueadores, depredadores e incendiários que
se disfarçam de manifestantes para levar a cabo seus maus propósitos.
Definitivamente, esses
delinquentes não nos representam. Não representam as pessoas decentes deste
país. Não representam os próprios movimentos sociais que lutam por causas justas.
Não representam os manifestantes bem-intencionados. Não representam o estágio
democrático alcançado pelo país. São inimigos da liberdade, da ordem pública e
da vida. O Brasil não pode mais continuar transigindo com sabotadores da
democracia, sejam eles jovens inconsequentes, militantes políticos radicais ou
corruptos de qualquer idade.
Como tratá-los? Evidentemente que
o primeiro caminho deve ser sempre o do diálogo e da prevenção. É melhor evitar
do que punir. Porém, aqueles que só conhecem a linguagem da violência têm que
ser contidos pelas forças policiais e retirados de circulação, para serem
julgados por seus delitos. Diante do clima de verdadeiro terrorismo gerado por
algumas manifestações, cabe ao Congresso examinar com cuidado todas as propostas
de agravamento de penas para os crimes de vandalismo e depredação. Punições
mais severas costumam ter efeito dissuasório, mas os legisladores brasileiros
não podem cair em armadilhas totalitárias.
O país precisa encontrar uma
fórmula que lhe permita conviver com movimentos sociais e manifestações
democráticas, mas não pode permitir que oportunistas mascarados e criminosos
continuem abusando da tolerância do Estado – independentemente das bandeiras e
causas que alegam defender.
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