sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014


21 de fevereiro de 2014 | N° 17711
INFORME ECONÔMICO | MARIA ISABEL HAMMES

Volta, Lula?

Não foi nada ameno o tom do jantar na residência oficial do presidente da Câmara dos Deputados, Henrique Alves (PMDB-RN), com pouco mais de 20 participantes, na noite de terça-feira, entre os quais alguns dos maiores empresários do país. Em meio a vinho gaúcho, peixe e risoto, sobraram reclamações contra a política econômica, críticas duras ao ministro Guido Mantega e até posicionamentos de defesa do volta, Lula, referência clara ao fato de que a negociação com o ex-presidente era bem mais fácil do que com a presidente Dilma Rousseff, condenada também por seu estilo intervencionista e pela morosidade nas decisões e investimentos para o país. A avaliação é de que o Brasil vive uma crise de credibilidade internacional que afeta o crescimento da economia.

Um dos participantes contou que o empresariado foi ao encontro de “coração aberto”, mas que ele acabou se transformando em um divã de reclamações: infraestrutura precária, “pouco se gasta com ela e, quando se gasta, está atrasado”, carga tributária no limite e uma conjuntura apenas maquiada, não atacada como deveria ser.

Exemplos sobre isso se sucedem: depois da morte do cinegrafista da Band em manifestação no Rio, a decisão foi recrudescer o trabalho da polícia, em vez de tomar uma medida em relação aos manifestantes. A atitude fez “parecer que os mascarados não têm culpa”. Outro fato que chamou a atenção também se relacionou aos protestos. Depois de manifestação em Brasília, líderes do MST foram recebidos pela presidente no dia seguinte.

– Depois de toda a bagunça que fez, o MST ainda foi recebido pela presidente. Isso não é correto – disse um empresário, que lembrou também a crítica a Dilma por manter o ministro Guido Mantega no governo, mesmo com uma gestão que, para eles, ficou manchada por manobras fiscais.

Com o sentimento da maioria de que a “relação com o governo não está fácil e de que com o Lula fluía bem melhor”, os participantes manifestaram inconformidade com algo há muito tempo falado: a preocupação excessiva de Dilma com uma gestão mais técnica e menos política, o que dificulta o relacionamento e o diálogo com vários setores, entre os quais, o empresariado. Na reunião também ficou claro que um grupo de parlamentares, inclusive da base governista, se prepara para acirrar a oposição, tentando forçar o Planalto a “sentar e conversar mais”. Quem participou: empresários de setores como construção, siderurgia, bebidas, telefonia, financeiro, transportes, petroquímica e agronegócio. Entre os convidados, Jorge Gerdau Johannpeter, Gustavo Barreto, da Andrade Gutierrez, José Antonio Martins, da Marcopolo, entre outros executivos.


Moradores ganham primeiro round

Está suspensa a decisão da prefeitura da Capital que incluiu 364 imóveis de Petrópolis no inventário do patrimônio cultural do município. A ação do Executivo vedava mudança na estrutura, permitia apenas conservação das fachadas e do volume dos prédios, o que inviabiliza a venda das residências a incorporadoras para construir edifícios.

Foi deferida pela Justiça a liminar a um mandado de segurança ajuizado pelo advogado Rodrigo Bonfiglio Souza, atendendo alegação de falta de notificação pessoal ao proprietário do imóvel e insuficiência de quórum do órgão que tomou a resolução. O prazo para que os moradores contestassem a decisão terminava hoje, mas, agora, foi ampliado para mais 90 dias.

Embora o processo tenha sido impetrado por apenas um morador, Bonfiglio entende que a decisão da juíza da 5ª Vara da Fazenda Pública, Lílian Siman, vale para todos que tiveram seus imóveis classificados pela Equipe do Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural de Porto Alegre (Ephac). A Procuradoria-Geral do Município, que entrará com recurso, não concorda e diz que a decisão vale apenas para o autor da ação.

Bonfiglio já entrou com um recurso no TJ contra parte da decisão de Lílian, que vetou a possibilidade de a pessoa transferir a propriedade de sua residência.

Já o advogado Daniel Nichele se reuniu com mais de 30 proprietários dos imóveis listados, quando disseram não ser contrários à preservação, “mas sim à forma como foi decidida. Devem ser conservadas as casas de valor histórico, mas não com imposição e sem indenização”. A decisão já teria sustado, inclusive, negociações com construtoras.

Mas Débora Magalhães, diretora da Ephac, esclarece que o critério está relacionado a “valores culturais da evolução urbana do bairro. São características de uma determinada época. Em Petrópolis, por exemplo, há até referências ao modernismo”.
  
A capacidade instalada em parques eólicos cresceu 18% no ano passado, quando chegou a 2.181 megawatts (MW). O Sul é responsável por 32% do total, com 703 MW de 29 usinas em operação, conforme a Câmara de Comercialização de Energia.

Novo programa, nova direção

Com o programa de concessão de rodovias da União à iniciativa privada, foram adotadas mudanças na gestão da Concepa, concessionária da freeway. Depois de 16 anos à frente da companhia, o engenheiro Odenir Sanches irá administrar as rodovias agora concedidas em 47 municípios de Goiás e Minas Gerais, além do Distrito Federal.

Controlada pela Triunfo Participações e Investimentos, a Concepa será liderada por Thiago Vitorello (foto), executivo que era responsável pela diretoria de Engenharia e Operações.


A Triunfo administra 1.818 quilômetros de rodovias no Sul, Sudeste e Centro- Oeste do Brasil, por meio das concessionárias Concepa, Concer, Econorte e Concebra..

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