quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014


20 de fevereiro de 2014 | N° 17710
PAULO SANT’ANA

Ou dá ou desce!

O golpe já está ficando manjado: agora foi em Curitiba que a Fifa aplicou às pressas o seu truque para concluir o estádio do Atlético Paranaense, obrigando o governo do Paraná a dotar em R$ 65 milhões as obras de conclusão do estádio, com a finalidade de ser jogada a Copa do Mundo lá.

Já em janeiro deste ano, a verba pública para o mesmo estádio tinha sido destinada: R$ 36 milhões. E agora, às pressas, mais R$ 65 milhões, vindos do governo.

O estratagema usado foi o mesmo que em Porto Alegre, falta o dinheiro às vésperas do prazo de construção e o clube dono do estádio diz que não tem a verba e assim não se realizarão ali os jogos da Copa.

Então, todos se apavoram e correm para obrigar o governo a pagar.

Miserável chantagem. Igualzinho a Porto Alegre.

Tenho 43 anos de Zero Hora e nunca recebi, juro, tanto apoio dos leitores para estas minhas colunas sobre a Copa do Mundo como agora.

O povo está cansado de ser enganado.

Recebo do prefeito de Porto Alegre uma mensagem urgente sobre esse assunto: “Caro amigo Paulo Sant’Ana. O propósito desta pequena mensagem não é discutir o mérito da realização da Copa do Mundo no Brasil. Esta decisão foi tomada em 2008 e, como estamos a poucos meses da realização do evento, entendo que devamos tentar preparar a cidade da melhor forma possível para recepcionar os turistas que virão a Porto Alegre durante o mês de junho. Segundo dados do Comitê Organizador, a cidade de Porto Alegre tem a maior venda de ingressos para o mundial entre todas as capitais e somos a terceira cidade a receber estrangeiros durante a Copa, o que significará geração de emprego e renda e aquecimento da economia para o nosso Estado.

Mas o essencial neste momento é esclarecer sobre o tema das ‘estruturas temporárias’ exigidas pela Fifa (como bem destaca a ZH de hoje). Tenho plena convicção de que contratualmente compete ao clube proprietário do estádio (S.C. Internacional) a viabilização de tais estruturas. Mas, como o Inter afirma que não tem condições de arcar com os cerca de R$ 30 milhões necessários para erguer as estruturas, nos dispusemos a buscar soluções alternativas para o caso.

A prefeitura de Porto Alegre está se dispondo a colaborar com o Inter, assim como está fazendo o governo do Estado. A nossa participação constaria de um ‘empréstimo’ de bens que após a Copa seriam totalmente utilizados pelas secretarias municipais, tais como cadeiras, mesas, bebedouros, armários, cones e cavaletes de sinalização etc. Esses itens fazem parte do acervo de secretarias como as de Educação, Habitação e EPTC.

Vamos investir em torno de R$ 4 milhões em equipamentos que serão utilizados, após os 15 dias de jogos, pelas secretarias no seu cotidiano para bem atender a população de Porto Alegre. Nenhum centavo a mais será gasto pela prefeitura nas ‘estruturas temporárias’.


Abraços, (ass.) José Fortunati, prefeito de Porto Alegre”.

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