18 de fevereiro de 2014
| N° 17708
EDITORIAIS ZH
Falsa prioridade
Todos os governantes costumam
insistir que educação é prioridade, mas a cada início de ano letivo o que se
constata são promessas descumpridas, escolas precárias e a sempre previsível e
nunca resolvida falta de professores. Por mais que o secretário estadual de
Educação, Jose Clovis de Azevedo, alegue que o Plano de Necessidade de Obras,
lançado há quase dois anos, é um projeto a ser executado a longo prazo, os
resultados são desanimadores. Desde então, o número de escolas com necessidade
de reformas mais do que dobrou e, hoje, há apenas uma em obras, o que atesta a
incapacidade e o descaso da administração estadual com a educação.
O mesmo governo que, em março de
2012, se comprometeu em reformar 388 estabelecimentos de ensino acabou se
restringindo na prática à realização de obras emergenciais, incluídas entre as
rotineiras. As explicações, da mesma forma, são as de sempre, incluindo desde o
histórico descuido com a educação até o fato de o Estado estar desaparelhado e
de a elaboração e execução de projetos serem complexas demais. Algumas dessas
alegações ajudam a entender não o aspecto de as obras serem em pequeno número,
mas a particularidade de, mesmo assim, se prestarem para fraudes inconcebíveis,
como as desvendadas no início deste ano pela Polícia Civil.
Os resultados pífios numa área
tão essencial surpreendem ainda mais pelo fato de o governo estar sendo
favorecido por uma redução média de 30 mil alunos por ano no Estado. Esse
fenômeno fez com que a atual administração se desobrigasse de cumprir a
promessa de reabrir as escolas fechadas na gestão anterior. Às vésperas de mais
um reinício de ano letivo na rede pública de ensino, é importante que as
autoridades se comprometam de vez com metas realmente factíveis nessa área,
incluindo-a como prioridade efetiva.
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