Jaime Cimenti
Águas passadas movem Moinhos de
Vento?
Com muita alegria, moro no bairro
Moinhos de Vento há quase 25 anos, onde vi minhas filhas nascerem e crescerem e
onde caminho, encontro os amigos, faço compras, visito profissionais da saúde e
da beleza e outras coisas mais. O bairro já foi retratado em livros como
Moinhos de Vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre, de Carlos Augusto
Bisson; Moinhos de Vento, de Helena de Paula; Moinhos de Vento, de Paulo
Botelho e Moinhos de Vento - Os 10 anos da história de um Parque na história de
Porto Alegre.
Com muita alegria, participo de
reuniões da Associação Moinhos Vive e fico feliz em ver que seus batalhadores
têm conseguido atenções por parte da prefeitura municipal e suas secretarias e
têm merecido o apoio de muitas pessoas, de dentro e de fora do bairro, por suas
boas lutas. As lutas continuam. O Moinhos é de todos: porto-alegrenses,
interioranos e oriundos de outros estados ou países. Claro que falta muita
coisa para atingirmos o ideal.
É preciso lutar pela preservação
das tradições, da cultura, da arquitetura e de outros aspectos da história do
bairro que une passado, presente e futuro e merece todo o carinho e proteção
possíveis. Águas passadas movem moinhos, mas com o devido respeito ao
patrimônio histórico.
Espera-se que as autoridades
tomem as decisões mais adequadas em relação ao bairro e suas questões e não
esqueçam de que o Moinhos é um patrimônio de todos. Nesse aspecto é preciso
lembrar exemplos de outras cidades, estados e países e ter sensibilidade para não
permitir que nossa memória e nossas diversas riquezas sejam destruídas.
É preciso buscar soluções que
compatibilizem o progresso do bairro com a preservação de prédios, árvores e
demais valores. Na esquina da Mostardeiro com a Miguel Tostes e em dois imóveis
da rua Doutor Valle, próximos à rua Vinte e Quatro de Outubro, temos bons
exemplos de desenvolvimento com respeito ao patrimônio histórico. O bairro tem
alta densidade populacional fixa e flutuante. Especialmente em finais de
semana, recebe visitantes de outros bairros, cidades, estados e países.
O poder público faz bem em pensar
em iluminação, limpeza, sinalização, segurança e preservação para o Moinhos e,
claro, para os demais bairros. Falando nisso, peço aos fumantes que,
gentilmente, depositem as baganas em cinzeiros ou nas lixeiras. Há centenas,
talvez milhares de baganas espalhadas pela Padre Chagas, por exemplo, que
acabam entrando nos bueiros. Isso não é bom para ninguém. Ninguém merece. Não
vamos deixar o samba, o jazz e o Moinhos morrerem! A gente morreria junto.
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