sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Jaime Cimenti

Águas passadas movem Moinhos de Vento?

Com muita alegria, moro no bairro Moinhos de Vento há quase 25 anos, onde vi minhas filhas nascerem e crescerem e onde caminho, encontro os amigos, faço compras, visito profissionais da saúde e da beleza e outras coisas mais. O bairro já foi retratado em livros como Moinhos de Vento - Histórias de um bairro de Porto Alegre, de Carlos Augusto Bisson; Moinhos de Vento, de Helena de Paula; Moinhos de Vento, de Paulo Botelho e Moinhos de Vento - Os 10 anos da história de um Parque na história de Porto Alegre.

Com muita alegria, participo de reuniões da Associação Moinhos Vive e fico feliz em ver que seus batalhadores têm conseguido atenções por parte da prefeitura municipal e suas secretarias e têm merecido o apoio de muitas pessoas, de dentro e de fora do bairro, por suas boas lutas. As lutas continuam. O Moinhos é de todos: porto-alegrenses, interioranos e oriundos de outros estados ou países. Claro que falta muita coisa para atingirmos o ideal.

É preciso lutar pela preservação das tradições, da cultura, da arquitetura e de outros aspectos da história do bairro que une passado, presente e futuro e merece todo o carinho e proteção possíveis. Águas passadas movem moinhos, mas com o devido respeito ao patrimônio histórico. 

Espera-se que as autoridades tomem as decisões mais adequadas em relação ao bairro e suas questões e não esqueçam de que o Moinhos é um patrimônio de todos. Nesse aspecto é preciso lembrar exemplos de outras cidades, estados e países e ter sensibilidade para não permitir que nossa memória e nossas diversas riquezas sejam destruídas.

É preciso buscar soluções que compatibilizem o progresso do bairro com a preservação de prédios, árvores e demais valores. Na esquina da Mostardeiro com a Miguel Tostes e em dois imóveis da rua Doutor Valle, próximos à rua Vinte e Quatro de Outubro, temos bons exemplos de desenvolvimento com respeito ao patrimônio histórico. O bairro tem alta densidade populacional fixa e flutuante. Especialmente em finais de semana, recebe visitantes de outros bairros, cidades, estados e países.


O poder público faz bem em pensar em iluminação, limpeza, sinalização, segurança e preservação para o Moinhos e, claro, para os demais bairros. Falando nisso, peço aos fumantes que, gentilmente, depositem as baganas em cinzeiros ou nas lixeiras. Há centenas, talvez milhares de baganas espalhadas pela Padre Chagas, por exemplo, que acabam entrando nos bueiros. Isso não é bom para ninguém. Ninguém merece. Não vamos deixar o samba, o jazz e o Moinhos morrerem! A gente morreria junto.

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