10
de maio de 2013 | N° 17428
EDITORIAIS
Conta para o futuro
Convidado
a falar sobre a situação das contas estaduais na Comissão de Finanças,
Planejamento, Fiscalização e Controle da Assembleia particularmente sobre a
decisão do Piratini de utilizar os depósitos judiciais , o secretário da
Fazenda, Odir Tonollier, acabou fornecendo motivos para deixar os gaúchos ainda
mais preocupados.
Além
de não explicitar as razões dos saques desses recursos, o responsável pelas
finanças públicas do Estado previu que as dificuldades geradas pelo desequilíbrio
entre receita e despesa devem persistir pelos próximos dois governos.
A
declaração não surpreende quem conhece a realidade das contas gaúchas. Preocupa,
porém, pelo fato de acenar com a persistência de problemas tanto no cenário
imediato quanto no futuro, jogando sobre a sociedade uma conta que aumenta de
forma desproporcional à capacidade financeira do poder público.
As
dificuldades não surgiram no governo atual, que não é o primeiro a lançar mão
de expedientes para empurrar o enfrentamento do problema para o futuro. Antecessores
do governador Tarso Genro também se socorreram de expedientes semelhantes. Ainda
assim, preocupa o fato de, além de recorrer ao endividamento, a atual
administração ainda estar concedendo reajustes generosos para várias categorias.
O
resultado é que, num cenário de receitas escassas, os dispêndios com pessoal
devem crescer 14,5% neste ano, muito acima da inflação. A consequência imediata
é um agravamento do déficit e do endividamento, com prejuízos para todos os gaúchos.
Numa
situação dessas, restaria ao governo – o atual ou os que lhe sucederem – optar
por ações que ataquem as reais causas do problema. Como as margens para mexer
na dívida com o governo federal são reduzidas, sobram alternativas como o déficit
previdenciário, que esbarra na resistência de lobbies poderosos mas um dia
precisará ser enfrentado.
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