sexta-feira, 15 de julho de 2016



15 de julho de 2016 | N° 18582
REPORTAGEM ESPECIAL

ESTADO SOB A MIRA DO GRANIZO

SEGUNDA CHUVA DE GELO em cinco dias causou estragos nas regiões Norte, Nordeste, Metropolitana, e nos Vales do Taquari, do Rio Pardo e do Paranhana. Segundo a Defesa Civil do RS, 2.563 casas foram danificadas

A forte chuva de granizo que atingiu vários pontos do Rio Grande do Sul entre a noite de quarta-feira e a manhã de ontem danificou 2.563 imóveis, segundo a Defesa Civil Estadual. Viamão, na Região Metropolitana, sofreu o maior estrago – cerca de 1,5 mil residências tiveram prejuízos. No Vale do Sinos, São Leopoldo e Novo Hamburgo somaram 700 casas afetadas e decretaram situação de emergência. A tempestade, que atingiu as regiões Norte, Nordeste e Metropolitana, e os vales do Taquari, do Rio Pardo e do Paranhana, foi a segunda com granizo no Estado na semana – cidades do Norte já haviam sido castigadas pelo fenômeno entre a noite de domingo e a madrugada de segunda-feira.

Ainda na noite de quarta-feira, em Não-Me-Toque, no Norte, uma camada de 50 centímetros de gelo se acumulou em algumas ruas e árvores caíram na ERS-142. Segundo a prefeita Teodora Lutkmeyer, a chuva de cerca de 10 minutos destelhou diversas casas.

– A chuva foi forte, e o granizo era bem grande. Os bueiros ficaram obstruídos e gelo se espalhou pelas vias – relatou Teodora.

Conforme Ivan Machry, coordenador da Defesa Civil do município, o último levantamento do órgão contabilizava, na tarde de ontem, cerca de 40 casas danificadas:

– Por volta das 15h, ainda havia pedras de gelo em algumas localidades da cidade.

Outros estragos vieram de calhas, que não suportaram o volume de gelo e cederam, alagando o interior de prédios, inclusive escolas.

Em Novo Hamburgo, a tempestade chegou por volta das 10h de ontem. Segundo a Defesa Civil do Estado, 400 casas sofreram os impactos do evento climático, prejudicando cerca de 2 mil moradores em pelo menos sete bairros. O granizo que caiu por cerca de cinco minutos também deixou prejuízos em veículos que tiveram lataria amassada e para-brisas trincados. O gelo sobre a pista da BR-116 dificultou o tráfego. Conforme a Polícia Rodoviária Federal (PRF), a situação está normalizada e não houve acidentes. Em São Leopoldo, outras 300 residências sofreram estragos.

Em Igrejinha, no Vale do Paranhana, cem casas foram afetadas pela queda de granizo que começou por volta das 6h e durou quase 15 minutos. Conforme a coordenadora da Defesa Civil no município, Alessandra Regina de Azambuja, 4 mil metros quadrados de lona foram distribuídos aos moradores que tiveram telhas das casas perfuradas ou rachadas.

– As equipes estão nas ruas, porque o granizo aqui foi muito forte. As pedras eram pouco menores do que um ovo – comenta Alessandra.

Ainda houve danos em Poço das Antas, no Vale do Taquari, e em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo.

RISCO DE ENCHENTE EM SÃO SEBASTIÃO DO CAÍ

Arroio do Sal – no Litoral Norte – Canoas, Nova Santa Rita, Porto Alegre e Sapucaia do Sul – na Região Metropolitana – também registraram granizo na madrugada. O evento de ontem, segundo a Defesa Civil do Estado, foi de menor proporção do que o registrado no início da semana, quando mais de 2 mil residências sofreram danos em sete cidades. No último balanço do órgão, não havia registro de feridos. Em Canela uma família teve de sair de casa.

Na região Nordeste, cerca de cem famílias de Água Santa foram afetadas. Soledade, no Norte, havia sido atingida por temporal entre a noite de domingo e madrugada de segunda-feira e voltou a ser castigada na noite de quarta-feira. De acordo com os bombeiros do município, há relatos de granizo na área rural e algumas casas tiveram telhado danificado. Em outras moradias, cobertas com lonas devido à tempestade anterior, o material rasgou e teve de ser reposto.

O coordenador da Defesa Civil de São Sebastião do Caí, Pedro Griebler, alerta sobre possível enchente na cidade na manhã de hoje. Segundo ele, o nível do Rio Caí estava em 7,5m no início da noite de ontem, subindo entre 30cm e 40cm por hora. Griebler estimou que, até as 6h de hoje, o nível chegaria aos 12m – a partir de 11m50cm, a água atinge algumas casas.

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