01
de março de 2014 | N° 17719
PAULO
SANT’ANA
Fila para Copa e
Olimpíada
Entro
na polêmica sobre a ampliação do Hospital de Clínicas de Porto Alegre por
considerá-la da maior importância para a cidade e para o Estado.
Há
uma divergência entre o Clínicas e os ambientalistas e defensores do patrimônio
histórico.
E,
como minha atenção histórica nesta coluna se volta para o melhor atendimento da
Saúde entre nós, de cara sou a favor de que a Câmara de Vereadores aprove a
ampliação imediata do projeto.
Uma
das alegações dos ambientalistas é de que o plano prevê a derrubada de 240
árvores para a construção de dois anexos.
Ora,
essas 240 árvores representam apenas de 10% a 15% do total da vegetação da
instituição. Dá licença de dizer que não pode isso ser considerado um entrave
radical diante da importância da obra.
Sou
a favor da ampliação e exorto os senhores vereadores porto-alegrenses a aprovar
o projeto.
A
saúde da população está acima de idiossincrasias que podem muito bem ser
superadas.
Bastaria
dizer, para confortar minha posição, que, com a planejada ampliação da área da
emergência, que é hoje de apenas 1,7 mil metros quadrados, passará para 5.159 metros quadrados .
O Rio Grande e a cidade necessitam imediatamente dessa melhora.
O bloco
cirúrgico ambulatorial passará de 28 salas para 41. A recuperação pós-anestésica
crescerá de 22 leitos atuais para 90 leitos e 60 poltronas de recuperação.
Vejam
que é uma obra inadiável. Que está fazendo imensa falta no atendimento gaúcho
de Saúde.
Por
isso me posicionei contrário à realização da Copa do Mundo e da Olimpíada no
Brasil: com o dinheiro que os governos gastarão nesses dois eventos, daria para
redimir a saúde pública brasileira.
E
empurraram a Copa e a Olimpíada a toque de caixa, enquanto a ampliação do
Clínicas anda a passo de cágado.
Saúde
é vida, Saúde (assim com letra maiúscula) é a antimorte, é a expulsão dos
fantasmas que assaltam a vida brasileira, eu só faria uma Olimpíada e uma Copa
do Mundo no Brasil no dia em que não mais existissem as filas para consultas e
cirurgias, sinistras manchas sociais que aterrorizam as gentes.
Filas
para tratamento de saúde são o mais ecoante retrocesso social brasileiro.
Na
minha cabeça, Copa e Olimpíada no Brasil entrariam na fila para acontecer,
filas de longa espera, que pouco me importa se seriam ou não atendidas.
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