quinta-feira, 13 de março de 2014


13 de março de 2014 | N° 17731
PAULO SANT’ANA

A beleza do perdão

Uma das mais belas atitudes humanas é o perdão. Por ele, quem foi ofendido declara que não lhe sobrou ressentimento nem ódio pelo ofensor.

Quando vejo estradas esburacadas, penso que aquela também é uma forma de a administração evitar acidentes: os buracos impedem a velocidade excessiva dos veículos.

Se não há prejuízos maiores com os acidentes, no entanto eles se abatem sobre todos os donos de veículos, que são obrigados a gastar com a reposição de peças e outros consertos dos veículos danificados pelos buracos.

Os homens calvos, os carecas, têm menos possibilidades de serem belos, mas Yul Brynner foi um destacado galã do cinema, a calvície não o impediu de ser sedutor.

Interessante é que hoje existem homens que não se pejam de raspar totalmente seus cabelos e se mostrarem como se fossem carecas, tanto no cinema quanto na vida real.

A marchinha carnavalesca celebrou os carecas: “É gozado, quá, quá, quá, quá/ ver o careca se pentear/ passa o pente na careca/ passa até loção/ mas o pente do careca é a mão...”.

Por sinal, quando um ator tem pendor para ser galã, passa por cima de qualquer desvantagem física: Alan Ladd, por exemplo, era baixinho, quase anão. Mas contracenava com os outros atores e atrizes caminhando sobre caixas de cerveja. Era a forma que ele encontrava para aparecer na tela sem que se notasse que tinha estatura inferior.

Laurence Olivier era gago e não deixou de ser um dos maiores atores de cinema e teatro de todos os tempos.

Não vamos longe, Nélson Gonçalves era tremendamente gago e se inscreveu como um dos grandes intérpretes da música popular brasileira.

Ora, um cantor gago, dá para acreditar? É para ver como a pessoa, quando tem vontade e determinação, passa por todos os obstáculos físicos com que se defronta.

Não me lembro se foi Demóstenes ou se foi Péricles, quem sabe um terceiro grego cujo nome me escapa, que era gago e foi um dos maiores oradores da História. Para exercitar-se na oratória, enchia a boca de pedras e ia discursar na praia todas as madrugadas.

Quem não tem cão caça com gato, se a natureza dotou-nos de defeito físico, temos de fazer tudo para corrigi-lo, até que ele não apareça como desvantagem.

Eu nunca vi um anão como galã, mas vai ver que já existiu.


No entanto, já vi anões como excelentes atores.

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