12 de março de 2014 | N°
17730
PAULO SANT’ANA
Mãos ao alto!
As autoridades policiais
aconselham as pessoas que são assaltadas a que não reajam no momento em que são
abordadas pelos ladrões.
Parece-me um conselho sábio. Mas
ele contém em contrapartida uma vantagem para os ladrões, que assim assaltam
mais facilmente.
Fico imaginando os ladrões se
reunindo para assaltar e um deles observa que a vítima pode reagir, ao que o
outro meliante diz que não existe essa possibilidade, ela foi aconselhada já
pela polícia a não reagir.
Não sei se no manual de conselhos
das autoridades está contido o de que a única forma de reagir é quando a vítima
conta com recursos superiores aos dos ladrões para o enfrentamento: um exemplo,
os ladrões vêm armados de facas e a vítima porta um revólver que pode ser com
rapidez sacado.
Nesse caso, a autoridade não
aconselhará, mesmo assim, a vítima a reagir?
O revoltante nesses milhares de
assaltos verificados entre nós nos últimos anos é a malha de casos em que a
vítima não reage, entrega todos os seus pertences e mesmo assim é assassinada
friamente.
O que será que pensa um
assaltante que mata uma vítima indefesa num assalto? Se é que ele pensa alguma
coisa.
Mas as estatísticas provam a
sobejo que as vítimas que não reagem têm quase que ilimitadas chances de não
serem mortas ou feridas.
E as estatísticas também atestam
que as vítimas que reagem a assaltos possuem chances enormes de saírem mortas
ou feridas.
Na maioria dos casos, as vítimas
que reagem a assaltos o fazem por considerarem de grande valor financeiro ou
estimativo o que lhes vai ser roubado.
O certo é não prezar esse valor e
entender que o maior valor é a sua vida, que preservará se não reagir.
Mas é na hora que a pessoa pensa
o que vai fazer. Muitas vezes leu o manual que aconselha a não reagir e reage
mesmo assim.
Um conselho que eu agregaria a
esse manual é que, ao estar sendo assaltada, a vítima não faça nenhum gesto
brusco que possa produzir no assaltante a impressão de que vai reagir. Se
puder, levante as mãos e diga ao assaltante que ele pode levar tudo, que
concorda em ser roubada.
É importante pôr na cabeça que
não vai reagir, porque nos dias que correm, em nosso meio, são cada vez mais
assustadoramente frequentes os assaltos, com o que aumenta geometricamente a
possibilidade de que qualquer de nós venha a ser assaltado.
Eu até ousaria dizer que a
população esteja sempre pronta para ser assaltada.
E tomara que para todos, caso
haja o assalto, haja-o e... pronto.
Nenhum comentário:
Postar um comentário