02
de janeiro de 2014 | N° 17661
L.F.
VERISSIMO
Desforra
Deve
ter gente estudando a tabela – e os astros, e os búzios e as entranhas de pássaros
– para saber se há possibilidade da final da Copa deste ano ser entre Brasil e
Uruguai, como em 1950. As duas seleções se enfrentaram muitas vezes depois
daquela derrota do Brasil que ficou atravessada na garganta de uma geração, mas
desta vez as condições para uma desforra seriam perfeitas: 64 anos depois,
valendo outra Copa do Mundo, no Maracanã, o local do crime.
O
time do Uruguai não está mal. Vários dos seus jogadores brilham na Europa. O
Forlán, melhor jogador da última Copa, parece ter esquecido seu futebol num
quarto de hotel da África do Sul, mas pode muito bem só estar esperando esta
Copa para voltar a ser o que foi. Enfim, estaria tudo pronto para uma catarse
coletiva. Ou para outra tragédia, claro.
Injustiça
O
pessoal está sendo injusto com o Renan Calheiros. Todo esse falatório sobre a
sua ida num jato da FAB para fazer um implante de cabelos em Recife, e desperdício
de dinheiro público e blá- blá-blá, e ninguém se lembrou de fazer a pergunta
que realmente interessa: o implante foi bem-sucedido? Li que o resultado só começará
a aparecer com o tempo. Quer dizer, vamos pelo menos esperar para ver como fica
o homem, antes de falar em desperdício.
Papo
vovô
Nossa
neta Lucinda, com cinco anos, muitas vezes dorme na nossa cama. No outro dia,
ela acordou, viu que eu estava deitado ao seu lado, olhando para ela, e
perguntou: “Vô, tu conhece o Corcunda de Notre Dame?” Não sei onde ela viu ou
ouviu falar do personagem, mas fiquei com a impressão de que acabara de encontrá-lo,
num sonho. Cheguei a imaginar que no sonho o Corcunda de Notre Dame tivesse
dito que me conhecia e ela quisesse confirmar. Pretensão de avô, a de ser
citado em sonho de neto.
Partido
errado
Na última
quinta-feira, eu escrevi aqui que deveríamos aguardar o comportamento do STF em
relação ao mensalão mineiro e ao cartel paulista, e que só daria para acreditar
cem por cento na Justiça brasileira quando, numa pelada entre presos no pátio
da Papuda, os times do PT e do PMDB jogassem cada um com onze. Eu queria dizer
PSDB, não PMDB. Não tenho nem a desculpa do “m” e do “s” estarem lado a lado no
teclado, e eu ter errado a pontaria por milímetros. Foi patetice mesmo. Desculpe.
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