sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Jaime Cimenti

Veraneio no Litoral Norte

Entra veraneio, sai veraneio, escrevo uma crônica mais ou menos como a que estou escrevendo agora. Mesmo com engarrafamentos amazônicos, problemas de fornecimento de água e luz e outros de infraestrutura, mesmo com problemas de criminalidade, abastecimento etc., os gaúchos seguem para o litoral em busca de um ar fresco, dos amigos , de descanso e lazer.

A queixa de que as prefeituras cobram IPTU e não fazem muito pelos veranistas continua. Os proprietários de imóveis em condomínios horizontais, especialmente, pagam IPTU alto e resolvem praticamente tudo, com seus recursos. Os ambientalistas e a legislação seguem rígidos talvez demais e não se pode plantar nada na orla, quando, no Rio de Janeiro, por exemplo, o poder público investe em recuperação de flora marinha.

As prefeituras poderiam construir deques de madeira nas avenidas beira-mar. Não custa muito caro e todos aproveitariam. Enfim, veranistas e moradores do litoral deveriam, a meu ver, conversar mais entre si e buscar soluções e melhorias. Seria bom para todos. Boa parte dos veranistas passa só os oito ou nove fins de semana na praia.

Uma parte fica durante a semana. As férias escolares por vezes terminam antes de fevereiro acabar e aí o veraneio fica reduzido. Por que não férias nas duas primeiras semanas de março, melhor mês? Todos aproveitariam mais as casas, apartamentos, colônias de férias, hotéis e pousadas. Pessoas de baixa renda teriam mais acesso. Acho que todos nós estamos nos contentando com pouco e que as coisas poderiam ser bem diferentes, para o benefício dos moradores e veranistas.

Nem vou falar de preços, condições higiênicas, até na beira da praia e outros detalhes. Eu sei, eu sei, o quente da praia é a turma, o contato com a família e os amigos, churrasquinho, camarãozinho, chopinho, ótimo isso tudo, estou dentro, mas, mesmo repetitivo, escrevo sobre o tema, por que tenho esperança de que o samba não morra e que a gente consiga dar um upgrade no veraneio. Acho que precisávamos também criar opções para aproveitar o litoral durante o resto do ano. Sei que é difícil, que é cultural e que no inverno ninguém está a fim do vento e do frio.

Pois é, vamos nos reunir, conversar, ver alternativas. Férias escolares mais longas no verão, maior diálogo entre veranistas e moradores, prefeituras mais atentas com os veranistas, deques na beira, mais vegetação e árvores na orla, melhor infraestrutura, esgoto, luz etc. Acho que é possível. Você pode dizer que sou um sonhador. Tomara que eu não seja o único.


Cartas para a redação.

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