sexta-feira, 10 de janeiro de 2014

Jaime Cimenti

A graça da inteligência e da lucidez

Luis Fernando Verissimo - quando a lucidez não perde a graça é o volume mais recente da Coleção Dicionários do Grupo Zaffari. Erico Verissimo, Mario Quintana, Guimarães Rosa, Machado de Assis, Gabriel Garcia Márquez, William Shakespeare, Fernando Pessoa e Carlos Drummond de Andrade foram os autores homenageados nos volumes anteriores da coleção, que se tornou sólida referência nas letras brasileiras pelos conteúdos, escolha de autores, cuidados editoriais e pela qualidade dos colaboradores, entre outras características.

Luis Fernando Verissimo é um dos maiores jornalistas e escritores brasileiros bem vivos e segue em atividade, para alegria de seus muitos leitores, escrevendo em jornais, publicando livros e até dando entrevistas, acredite.

Desde 1973, com a publicação da coletânea de crônicas O Popular, até Diálogos impossíveis, de 2012, Verissimo publicou livros com crônicas, impressões de viagens, tiras (especialmente Aventuras da Família Brasil) e romances. Vinte e duas personalidades, do porte de Antonio Skármeta, Mia Couto, Ferreira Gullar, Antonio Hohlfeldt, Luís Augusto Fischer, Cristóvão Tezza e Lya Luft colaboraram com textos sobre Verissimo, proporcionando aos leitores visões múltiplas sobre a pessoa, a vida e a obra do autor de O analista de Bagé.

Na apresentação, o publicitário, poeta, cronista, escritor e editor Luiz Coronel, responsável pelo projeto editorial, escreveu: “o que o faz  tão amado por seus leitores é esse despojamento de pompas, esse não se acreditar senhor da verdade, detentor da última palavra.

Há, em seus textos, como que um convite a que, despidos de preconceitos, possamos sentir de forma solidária o pulsar da vida, o trêmulo caminho da história. Sim, estamos diante de uma virtude fundamental para o artista, o escritor, o ser humano como um todo: refiro-me à honestidade intelectual.

Às vezes, os sabiás trasmudam-se em morcegos. E é bom ficar por aqui.” Mais não é preciso dizer. Lendo as milhares de frases de LFV, os leitores terão dias mais bem-humorados, com certeza. É muito. E precisamos, mais do que nunca, do humor para enfrentar esses dias rápidos, cheios de sons, imagens, ruídos e tumultos que voam por aí. Melhor rir por último.

Ou por primeiro. De preferência com graça, inteligência, informalidade,  elegância e, ainda por cima, lucidez. Rir da cara dos reis e dos súditos. O LFV e todos nós sabemos disso faz tempo, não é?


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