07 de janeiro de 2014 | N° 17666
PAULO SANT’ANA | MOISÉS MENDES (Interino)
As
vitaminas
Aqueles frascos com vitaminas que você tem em casa. Todos arrumadinhos
na prateleira, com pílulas coloridas que você toma com fé. Pois algumas
pesquisas estão destruindo a reputação desses suplementos. Estudos sérios, de
entidades científicas americanas respeitadas, dizem que as vitaminas não servem
como reforço para prevenir ataque cardíaco e câncer ou para melhorar a memória
e o raciocínio, tampouco para prolongar a vida.
Muito antes, já tinham concluído que a vitamina C não
previne resfriados. A ciência sempre implode a reputação de alguma coisa que
parecia estar consagrada para sempre. No caso das vitaminas, as pesquisas
abalam as promessas de milagre, e não a suplementação eventual, que supre
carências por algum tempo. O certo, de qualquer forma, é buscar as vitaminas
direto nos alimentos.
É decepcionante pensar que cápsulas aparentemente mágicas
não são mais poderosas que o brócolis e o rabanete que você come. Mas aí é de
se perguntar: como se toma vitamina concentrada há tanto tempo, e se gasta
muito com isso, para só agora aparecer uma pesquisa com o alerta de que estamos
jogando dinheiro fora? Por que demoraram tanto para descobrir que margarina
fazia mal, quando a margarina nos foi vendida por décadas como substituto
saudável da manteiga?
Reputações existem para serem demolidas, e por isso se
prepare, porque alguém, em algum momento, vai abalar a reputação dos
transgênicos. É questão de tempo. Logo vem bomba contra os transgênicos.
Ainda vivemos de enganos ditos científicos, em todas as
áreas. Eu tinha Eike Batista como meu guru da ciência do empreendedorismo até
poucos meses atrás. Ele era o composto vitamínico do capitalismo brasileiro.
Descobriu-se que não produzia efeito nenhum. Era só bonito, colorido, vinha
numa embalagem charmosa. Eike era uma vitamina de peruca.
Outra vitamina frustrante é o Obama. Nos prometeram que o
Obama mudaria a vida de todo mundo, que seria referência para a política, a
ética, o pacifismo. O humanismo ficaria corado e musculoso com o Obama.
Pois Obama até funciona, mas pelos efeitos colaterais
adversos. Bush espionava o Bin Laden e todos os que considerava inimigos. Você
nunca imaginou que, para inovar, Obama espionaria todo mundo, inclusive os que
considera amigos.
Ainda não se sabe ao certo para que serve o Obama, além de
criar ilusões e fazer fotos de si mesmo. Quem tomou doses elevadas de Obama
deverá conhecer os efeitos mais adiante, talvez quando os republicanos de
verdade voltarem à Casa Branca.
Há tantas vitaminas sob suspeita, que a lista é infindável.
Eu tomava uma amarelinha, importada de Miami, que me prometia memória de
elefante indiano. Teria até cartilagem de arraia.
Só não funcionou direito quando fui lembrar dos bares dos
anos 70 em Rivera. Eu escrevi na semana passada que La Cueva ficava na Calle
Sarandi. O Kenny Braga conhece cada esquina de Livramento e Rivera e me
corrigiu.
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