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segunda-feira, 22 de março de 2010
22 de março de 2010 | N° 16282
SANT’ANA
Um julgamento histórico
Começa hoje no Fórum de Santana, em São Paulo, um dos mais palpitantes julgamentos de homicídio da história criminal brasileira.
Sentarão no banco dos réus Anna Carolina Jatobá e Alexandre Nardoni, madrasta e pai, respectivamente, da menina de cinco anos Isabela Nardoni, que foi assassinada no apartamento do casal de réus em 29 de março de 2008.
O Instituto de Criminalística revelou que Isabela estava inconsciente e ainda viva quando foi jogada do sexto andar do Residencial London.
Para a polícia, a madrasta de Isabela, Ana Carolina Jatobá, espancou a menina e esganou-a. A menina desmaiou.
O pai, Alexandre Nardoni, jogou a filha pela janela do sexto andar. Depois disso, o casal de réus combinou a versão de que um ladrão invadiu o apartamento e matou Isabela. Mas a polícia descartou a versão de que havia uma terceira pessoa adulta no apartamento.
O rosto da menina, sujo de sangue, foi limpo com uma fralda e uma toalha, antes de ela ser jogada pela sacada.
A fralda e a toalha foram lavadas, mas a polícia encontrou nelas manchas de sangue, que constatou, eram de Isabela.
Reside aí um dos pontos mais fortes da acusação, no sentir deste colunista: que interesse teria um ladrão em lavar o rosto da menina. Óbvio que esse interesse era exclusivo do casal de réus, para fazer desaparecer vestígios.
Como deve ter sofrido a menina Isabela! O processo de esganadura da menina, dentro do apartamento, durou cerca de três minutos. E a menina restou ainda viva por mais alguns minutos. Segundo peritos, se ela então tivesse sido socorrida, poderia ter chance de sobreviver.
E, impressionantemente, depois de ter sido jogada com vida do sexto andar no pátio do edifício, Isabela ainda respirava. Morreu logo em seguida de politraumatismo e asfixia.
A defesa reclama que o casal já foi condenado pela opinião pública.
Não é só a opinião pública que condena o casal, a Justiça também: tanto que Anna Carolina e Alexandre estão presos preventivamente desde que ocorreu a morte, dois anos portanto.
Eles teriam todas as condições de serem libertados, não poderiam permanecer presos sem condenação.
No entanto, a coleção de provas indiciárias é tão forte, tão vária e tão eloquente que a Justiça considerou ser um acinte a libertação do casal acusado. E já começou a apenar antes da condenação.
Setenta e sete pessoas assistirão ao julgamento a partir das 13h de hoje. Vinte serão jornalistas e os restantes convidados e parentes dos envolvidos.
A principal presença na assistência será a da mãe de Isabela, Ana Carolina Oliveira, que estará frente a frente com os réus durante todo o tempo, detalhe que enriquecerá de emoção o julgamento.
O julgamento deverá durar quatro dias.
Se alguém puder me dizer como consigo folhas de mamão papaia ou extrato de mamão, me prestaria um grande favor, para ajudar numa desesperada cura de câncer desenganado de uma pessoa, alentada por reportagem do Caderno Vida, de sábado passado em ZH. Obrigado.
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