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quarta-feira, 10 de março de 2010
10 de março de 2010 | N° 16270
PAULO SANT’ANA
Que bela lição de amor!
O mundo está cheio de gente boa. Como, por exemplo, as pessoas que doam órgãos. Desinteressadamente, gratuitamente, transmitem vida para os outros doando seus órgãos.
E pode existir forma mais grandiosa de cidadania, de cumprimento fiel do dever social, do que doar sangue?
Acudindo a quem precisa do seu sangue, esses heróis anônimos, os doadores, vão lá no banco e aceitam que seu plasma sirva de salvação para os necessitados.
Que gente magnífica, que gente especial, que gente boa!
Confesso minha ignorância, mas não sabia que há mulheres que doam leite humano.
Eu não sabia que há hospitais que mantêm bancos de leite humano entre nós. Pois ontem fiquei sabendo que o Hospital Fêmina mantém em funcionamento ativo e generoso um banco de aleitamento materno exclusivo.
Naquele hospital, tem-se trabalhando exaustivamente nos últimos anos com o intuito de que os bebês usufruam em toda a plenitude desse fluido tão nutritivo que a natureza proporciona às mulheres, que é o leite materno, esse indispensável elemento de vida saudável e crescimento dos bebês.
Com as UTIs neonatais completamente lotadas, a demanda por leite materno é grande, gerando, então, uma carência de matéria-prima para supri-la de leite humano que socorra as mães que têm leite insuficiente para nutrir seus filhos.
Pois é, o Hospital Fêmina – e acredito que haja outros bancos de leite humano entre nós – tem um serviço especializado na coleta, processamento e distribuição de leite humano saudável que atenda as necessidades nutricionais e imunológicas dos bebês, servindo de apoio ao importante trabalho da UTI neonatal.
O banco de leite do Hospital Fêmina também está aparelhado para orientar as nutrizes (mães) que após a alta hospitalar estejam enfrentando problemas relacionados à falta de amamentação ou que receiem não conseguir amamentar seus bebês, por diversos motivos.
Mas, pasmem, essa iniciativa, por todos os títulos elogiável e de imensa prestação de serviço social, está carecendo de doadoras de leite humano.
Está faltando leite, assim como falta sangue nos bancos de sangue.
Para serem doadoras, é necessário que as mulheres estejam amamentando seus próprios filhos, tenham farta produção de leite e sejam saudáveis.
Só isso. E se disponham a ajudar o seu próximo.
Vamos ver se conseguimos doadoras para o Banco de Leite Humano do Hospital Fêmina. Como eu ficaria contente e realizado se esta coluna redundasse no surgimento de doadoras de leite materno para o Hospital Fêmina.
Como eu ficaria feliz. Se há notícia que me tenha entusiasmado foi a da existência desse serviço social.
E vale salientar que é muito gratificante para as doadoras saber que, além de amamentar seu filho, participam ativamente do processo de recuperação de bebês prematuros.
São emocionantes certos encontros entre o bebê receptor de leite materno e sua mãe, que ainda não produz leite suficiente para alimentar seu filho, com a mãe doadora, diz-me a enfermeira Clair Krolikowski.
O que para você é leite, para o bebê é vida.
O telefone do Disque Amamentação é (51) 3314-5353 e o do Banco de Leite Humano do Hospital Fêmina é (51) 3314-5362.
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