sexta-feira, 12 de março de 2010



Homenagem ao que as mulheres querem
Jaime Cimenti

Décadas atrás Freud, depois de passar décadas ouvindo as mulheres, se perguntava sobre o que elas queriam. Como não poderia deixar de ser, a perguntona segue em aberto e seguirá, diante do universo ilimitado do desejo humano. Dizem que mulher satisfeita não trai. Mas aí alguém pergunta: você conhece alguma satisfeita? Humor e Madames Bovarys e Ladies Chatterleys à parte, há que tentar algumas respostas, ainda que precárias à pergunta gigante.

No livro recém-lançado Cartas a mulher carente, o médico, navegador, empresário e agora escritor gaúcho Ney Amaral, ao mesmo tempo que homenageia merecida, sincera e agradecidamente as mulheres, em forma de cartas, lança reflexões e informações sobre muitos temas médicos, filosóficos, sociais e psicológicos femininos.

A partir de um gancho ficcional, proporcionado pela história de um solitário piloto de jato desaparecido, que passa a viver, pensar e escrever cartas-crônicas a uma mulher na Isla Negra, na costa do Chile, o autor desenvolve, com base em muitas leituras literárias e científicas, muitos temas interessantes e atuais, como a infidelidade, a adolescência, feminismo etc.

Problemas e soluções femininos, questões de anatomia, hormônios, relacionamentos e outras questões modernas estão nas cartas, que mesclam bem fantasia, informação, análise, comentário, interpretação e opinião. Ney Amaral é bom frasista: “a razão e o coração são irmãos xifópagos, são tão indivisíveis quanto a bondade e a maldade.

Se pudesse, eu vos aconselharia a ser mais atrevida e mais prudente, mais romântica e mais calculista, mais meiga e mais feroz”; “o sexo feminino precisa de tempo. Do tempo e dos seus anões perversos” ou “os espermatozoides dos homens traídos são destituídos de cauda. São lentos e moribundos”.

Além de homenagear a beleza, a sensibilidade, os poderes e a inteligência das mulheres, não necessariamente nessa ordem, o autor instiga os homens e as mulheres a se conhecerem e se entenderem melhor, para, juntos, buscarem mais harmonia e prazer nos diversos tipos de convívio. Como se vê, não é pouca coisa.

Em síntese, Ney Amaral propõe que o papo e outros lances entre homens e mulheres sejam mais bem-humorados e que a informação sirva para a alegria e para o prazer de todos. Saúde e longa vida, portanto, para o autor e para o livro. AGE Editora, 144 páginas, www.cartasaumamulhercarente.com.br.

Uma linda sexta-feira e um gostoso fim de semana para você

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