Aqui voces encontrarão muitas figuras construídas em Fireworks, Flash MX, Swift 3D e outros aplicativos. Encontrarão, também, muitas crônicas de jornais diários, como as do Veríssimo, Martha Medeiros, Paulo Coelho, e de revistas semanais, como as da Veja, Isto É e Época. Espero que ele seja útil a você de alguma maneira, pois esta é uma das razões fundamentais dele existir.
quarta-feira, 31 de março de 2010
31 de março de 2010 | N° 16291
MARTHA MEDEIROS
Patrulha às avessas
Estou escrevendo esta crônica sem saber se Dourado foi o vencedor do Big Brother, mas, tendo sido ou não, ele agitou cabeças durante sua temporada na casa. A acusação contra o “homem de lata” é que ele era homofóbico, ou seja, um cara com aversão a homossexuais. Eu sou capaz de jurar que ele tem bons amigos gays, a não ser que seja um alienígena: quem não convive com gays?
O que Dourado talvez tenha demonstrado é que não se sente muito à vontade com gays que não sejam da sua turma, e acabou sendo grosseiro em diversas ocasiões. Ser grosseiro é o fim, mas não é crime.
Crime é não empregar homossexuais, é impedi-los de entrar num local público, é agredi-los moral e fisicamente, é fazer com eles o que não se deve fazer com nenhum cidadão: discriminar e atentar contra a integridade.
Uma sociedade sempre será capenga se não praticar a igualdade de tratamento. Ninguém é melhor ou pior do que os outros, não importa raça, credo, opção sexual. No entanto, a luta pelos mesmos direitos às vezes se torna tão cegamente apaixonada que volta a desequilibrar a balança, só que para o lado oposto.
Assim sendo, muitos acabam julgando que os pobres são pessoas melhores que os ricos, que os negros são melhores que os brancos, que as mulheres são melhores que os homens, que os homossexuais são melhores que os héteros, num juízo de valor que tenta defender os “perseguidos” pela sociedade, mas que se vale do mesmo maniqueísmo e injustiça.
Um cara grosseiro não é pior do que os doces de coco. É mais grosseiro, apenas isso. E cabe a quem não gosta de grosseria evitá-lo ou suportá-lo em detrimento das qualidades que essa mesma pessoa venha a ter.
Condenar quem não se dedica a causas politicamente corretas é patrulhamento igual. Imunizar as tribos pretensamente “do bem” acaba virando um estímulo à vitimização e, por consequência, à infantilização da sociedade.
Uma criatura pode não gostar de bichos e ser muito mais educada, honesta e de bom caráter do que aquela que adotou 50 gatos e cachorros de rua. Um gay pode ser um sujeito mais preconceituoso do que um hétero.
Uma mulher pode não merecer nenhuma das homenagens que lhe prestam no seu “dia internacional”. Um sujeito pobre pode ser ardiloso e um milionário pode ser muito decente. Uma sociedade que se deixa reger por estereótipos é, no mínimo, preguiçosa.
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