ELIANE
CANTANHÊDE
Tão longe, tão
perto
BRASÍLIA
- A posição e os percalços da presidente Dilma e do governador Alckmin em 2014
guardam semelhanças. E não são poucas.
Ambos
têm máquina, popularidade, partidos fortes, bases de apoio folgadas e caixas de
campanha recheadas. Mas vão enfrentar problemas parecidos: alguma fadiga de
material do PT no plano nacional, em mais de 12 anos no poder, e muita do PSDB
no paulista, depois de 20 anos.
Cada
um dos favoritos para os dois cargos mais cobiçados da República tem também o
seu calcanhar de aquiles: contra Dilma, incertezas na economia, com um índice
pior do que o outro; contra Alckmin, a escalada da violência, com uma morte
macabra atrás da outra no Estado.
Pela
força, Dilma e Alckmin despertam uma gana enorme das suas oposições --o PSDB na
eleição presidencial e o PT na estadual. Pelas fraquezas, tendem a unir as
forças oposicionistas na armação do jogo.
Qualquer
um que vá para o segundo turno contra Dilma e Alckmin será muito forte. Por
isso, Aécio, Eduardo Campos e Marina movem seus pauzinhos para aumentar a
chance de haver segundo turno. E Lula move mundos e fundos para a ainda incerta
vitória de Dilma no primeiro e para levar o candidato do PT ao segundo em São
Paulo.
A
estratégia do PT é repetir no Estado as campanhas de Dilma e de Haddad: sangue
novo, alianças inchadas. Alexandre Padilha (Saúde) cabe bem nesse pacote. Se
chegar ao segundo turno, Alckmin que se cuide.
E,
por mais que precisem um do outro agora, o pacto Aécio-Campos tem prazo de
validade. Se Dilma corre sozinha, eles têm dois desafios: primeiro, vencer o
outro; só depois enfrentar Dilma. O segundo turno? Como se diz, é "uma
nova eleição".
As
maiores preocupações de Dilma e de Alckmin, porém, são outras. A dela, falta de
uma política econômica. A dele, falta de segurança.
PS -
Duas semanas de férias, porque ninguém é de ferro. Até a volta!
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