quarta-feira, 2 de abril de 2008



Morgan Stanley pretende ganhar mercado no Brasil

Cristiane Perini Lucchesi - Valor Econômico
2/4/2008


Charles Stewart, do Morgan Stanley, que deve voltar a morar no Brasil

O Morgan Stanley pretende investir em todas as áreas nas quais atua hoje no Brasil, diz o novo responsável pela área de banco de investimento na América Latina, Charles Stewart, em entrevista ao Valor.

Ele não nega que o capital esteja mais escasso para os bancos, por causa da crise de hipotecas americanas. "O capital é limitado, mas não será a falta dele que vai nos constranger no Brasil", diz.

Stewart argumenta que o Morgan Stanley registrou poucas perdas com as hipotecas se comparado com a concorrência. E teve lucro em 2007, com retorno de 9% sobre o capital. "Queremos aproveitar a oportunidade para ganhar mercado nos Bric (Brasil, Rússia, Índia e China)."

Segundo ele, "no nosso negócio, o importante são as pessoas". Afinal, um executivo qualificado pode trazer consigo não apenas know-how e experiência, mas toda uma equipe de clientes corporativos que confiam nele. No entanto, desde que Rodrigo Lowndes deixou o banco, no final de fevereiro de 2007, o cargo de presidente do Morgan Stanley no Brasil está vago.

"Não temos pressa em preenchê-lo", diz Stewart. Segundo ele, o objetivo é procurar alguém que se encaixe na cultura do banco. Por enquanto, o próprio Stewart tem observado o país mais de perto, assim como o recém-nomeado chefe do Morgan Stanley na América Latina, Christopher Harland.

"Vamos ficar entre São Paulo e Nova York", diz Stewart. A idéia é que, a partir de agosto, Stewart mude definitivamente para o Brasil.

O americano, de 38 anos, nascido em Connecticut, só não veio agora por causa do nascimento do seu terceiro filho, previsto para acontecer no final deste mês.

Ele é casado com uma brasileira e morou no Brasil de 1996 a 1999, quando fundou o Morgan Stanley. "Eu fui o primeiro funcionário do Morgan no Brasil", conta.

Como São Paulo se tornou o "centro financeiro" da América Latina, faz sentido que a gerência do banco de investimento do Morgan Stanley para a região seja feita a partir do Brasil.

"Se não dermos certo no Brasil, significa que não estamos dando certo na América Latina", afirma. "Há grandes oportunidades no país", avalia.

Stewart vai contar com a ajuda de Daniel Goldberg, ex-secretário de Direito Econômico do Ministério da Justiça, que foi contratado para cuidar de fusões e aquisições do Morgan Stanley e acaba de tornar o responsável pelo banco de investimento no Brasil.

Também faz parte da equipe Alexandre Falcão, novo chefe de pesquisa para ações da América Latina no segmento mid- and small-cap.

Hoje com 160 funcionários no país, o Morgan Stanley atua na assessoria em fusões e aquisições, emissão de ações e títulos de renda fixa.

Também tem uma mesa para realizar compra e venda de títulos, ações, operações de câmbio e derivativos.

O banco atua em gestão de fortunas e tem um fundo de private equity, o Morgan Stanley Real State Fund, que investe em empresas do setor imobiliário para depois vendê-las com lucro.

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