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terça-feira, 1 de abril de 2008
01 de abril de 2008
N° 15558 - Paulo Sant'ana
Virose do momento
Recebo e publico em razão de que milhares de pessoas estão sendo atacadas nos últimos dias aqui na Capital e no Interior por estranhas viroses:
"Caros amigos do Sala de Redação. Sou médico da CAF-RBS e assíduo ouvinte do Sala. No programa de hoje (31/3), não pude deixar de notar uma certa inquietude e até mesmo uma certa confusão em relação aos últimos fatos ocorridos no Beira-Rio no que diz respeito aos casos diagnosticados de hepatite A.
Em primeiro lugar, concordo com o SantAna quando diz que na medicina o diagnóstico é muitas vezes difícil. É, realmente, e para isso nos valemos da história clínica, exame físico e, também, de exames laboratoriais.
As doenças infecciosas podem ser causadas por bactérias, vírus, protozoários, helmintos (verminoses) e outros agentes menos comuns.
As doenças causadas por vírus são freqüentes, geralmente benignas, bastante comuns na infância. Existem alguns vírus conhecidos e de fácil diagnóstico e muitos (a maioria) cuja identificação não é realizada por causarem doenças de curta duração e bom prognóstico, além do exame de tipificação viral ser caro e de difícil realização.
Das doenças causadas por vírus conhecidos temos: varicela, rubéola, mononucleose (Epstein-Barr vírus), herpes, hepatite A, B, C, D, E, influenza, rotavírus, dengue, Aids etc.
Dos muitos não reconhecidos temos infecções de vias aéreas superiores (resfriados), gastroenterites (diarréias), pneumonias virais, meningites virais, que podem ser causados por centenas de vírus diferentes.
O termo virose, comumente utilizado, diz respeito a infecções presumivelmente causadas por esses vírus não identificáveis e caracteriza-se por ser benigno, de duração limitada e com necessidade de tratamento apenas dos sintomas (febre, dor no corpo, dor de cabeça, prostração).
Não se usa este termo para doenças causadas por vírus identificáveis como por exemplo a dengue ou a febre amarela, principalmente porque estas podem ter um curso de maior gravidade.
A identificação da doença viral é feita pela presença de anticorpos específicos contra os mesmos no sangue do paciente e não pela presença do vírus em si.
Por isso, muitas vezes temos os sintomas mas os exames são negativos (anticorpos ainda não se formaram). Existem anticorpos que mostram que o paciente já teve a doença (IgG) e está imune e outros que o paciente está com a doença em atividade (IgM).
Nem todas as infecções virais são rápidas e benignas. A Aids (HIV) é um exemplo de doença viral de curso arrastado, assim como a hepatite C (HCV).
No caso específico da hepatite A, ela é causada por um vírus bem conhecido, o HVA. Pode manifestar-se desde uma forma branda sem sintomas ou sintomas inespecíficos como febre, dor no corpo, náusea e com poucos dias de duração até os sintomas clássicos de hepatite, com cor amarelada da pele, urina cor de Coca-Cola, prostração intensa, falta de apetite, coceira.
Bem mais rara é a forma fulminante que invariavelmente leva à morte (0,1% a 0,2% dos casos de hepatite A). A transmissão é por água contaminada, alimentos contaminados.
O período de contato com o vírus até o desenvolvimento da doença (incubação) é de 15 a 45 dias e a transmissão vai desde duas semanas antes dos sintomas até duas semanas após o início destes. O diagnóstico é feito pelos sintomas e pela presença dos anticorpos IgM para hepatite A no sangue.
O tratamento é só repouso e medicação para os sintomas (febre, náusea, coceira). O período de repouso varia com o grau de alteração dos exames laboratoriais e o tempo que demoram para voltar ao normal.
Por isso, em relação aos jogadores do Inter, é aceitável que, no início, nos casos mais brandos, o diagnóstico tenha sido de quadro viral ou virose não específica e a partir do momento em que sintomas mais característicos apareceram tenham sido realizados exames e constatado que todos os casos sejam de hepatite com diferentes graus de acometimento.
O quanto cada jogador vai ficar afastado depende do grau de alteração (sintomas e alterações laboratoriais).
É perfeitamente plausível que um ou dois jogadores tenham contraído a doença fora do Beira-Rio e tenham contaminado os outros dado o convívio diário em concentrações etc. Pode também existir um foco comum a todos (água, banheiras, alimento etc).
Espero que estas informações tenham lhes servido e ajudado de alguma maneira. Se precisarem, estou disponível a outros esclarecimentos. Um grande abraço. (ass.) Paulo Sérgio Kroeff Schmitz, médico da CAF-RBS, Emergência do Hospital Moinhos de Vento e do Hospital de Clínicas de Porto Alegre".
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