04 de março de 2013 | N°
17361
PAULO SANT’ANA
O pai da criança
Vou transcrever abaixo, em
homenagem ao grande Dorotéo Fagundes e seu excelente programa das manhãs de
domingos na Rádio Gaúcha, Galpão do Nativismo, a estrofe inicial do poema mais
lindo de toda a obra genial de Jayme Caetano Braun:
A maior das gauchadas
Que há na Sagrada Escritura
– Falo como criatura –
Mas penso que não me engano,
É aquela em que o Soberano
Na sua pressa divina
Resolveu fazer a china
Da costela do paisano.
A inveja não tem limites. Agora
estão vindo à tona pessoas que declaram que desde 2010 “namoram” o centroavante
Barcos para contratá-lo para o Grêmio.
Pura inveja. Eles dizem que
namoram Barcos há muito tempo. Só que Fábio Koff não namorou nem noivou com Barcos,
foi desde logo arrastando o argentino para o altar. Eles namoraram e Koff
casou, que é o que interessa.
Eles “namoraram” Barcos como
namoraram Fred e tantos outros. Tudo balela. Pura invencionice, que tem o único
fito de tentar desvalorizar quem teve o lance de indicar Barcos e ir, sem
namoro, contratá-lo, o que foi operacionalizado por Rui Costa.
Que caras de pau! Os namoradores!
Há os que namoram e há os que casam. Há os que bolinam e há os que levam para a
cama.
Perguntem ao Fábio Koff, esse dirigente
sobrenatural, quem foi que insistiu para que ele comprasse Barcos. Perguntem e
terão uma surpresa.
Perguntem a Fábio Koff quem é o
pai dessa criança, terão uma surpresa.
Mas, quando obtiverem a resposta,
tenham a certeza que toparão com alguém que entende de futebol.
Eu estava vendo anteontem um
documentário sobre outro gênio, o jornalista e dramaturgo Nélson Rodrigues.
E o assisti em gravação,
pessoalmente, dizer o seguinte: “Muita gente gravita em torno do futebol por
ele ser apaixonante. Mas a maioria das pessoas que gravita em torno do futebol,
cerca de 99%, não entende nada de futebol. São curiosos e palpiteiros.
Raramente se encontra entre eles quem entenda de futebol”.
Assino embaixo do que escreveu
Nélson Rodrigues. Para entender de futebol é preciso escrever numa coluna um só
nome, Dario, Dario, Dario, umas 800 vezes, implorando que o Grêmio contratasse
Dario.
E o Grêmio não contratou. O Inter
foi lá e trouxe Dario.
E Dario foi responsável por mudar
a história do futebol gaúcho, sagrando o Colorado como octocampeão regional e
tricampeão brasileiro.
Isto é que é entender de futebol.
O Rio Grande inteiro foi testemunha dessa coluna histórica.
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