04
de novembro de 2012 | N° 17243
CAPA
O limite da
vaidade
É
precisamente neste item que se desenha uma linha entre vaidade e
metrossexualidade. Felizmente, a Esquire não a cruza. Não que cuidados pessoais
não sejam necessários. São, e muito. De acordo com o guia, de nada adianta usar
um terno italiano e um sapato de US$ 600 e cara de quem saiu de um voo noturno.
Mesmo assim, a publicação é conservadora em diversos aspectos.
“Cabelo
limpo, simples e curto, com alguns centímetros a mais ou a menos, tem sido o
corte da vez para a maioria dos homens desde o desaparecimento das perucas no
século 18”. Outra recomendação é ficar longe de penteados com nomes: mullets,
moicano ou rastafári, por exemplo.
“Mas
curto não significa que qualquer um segurando um par de tesouras afiadas dá
conta do recado. Encontre um bom barbeiro ou cabeleireiro e seja fiel a ele ou
a ela (desculpe, mas namoradas e mães não cabem aqui).”
–
Concordo, claro que concordo. Eu tenho clientes do Interior que agendam cortes
de cabelo comigo sempre que vêm a Porto Alegre. Mas não adianta cortar uma vez
a cada semestre com o mesmo profissional. O corte masculino exige manutenção
mensal – declara o cabeleireiro masculino do Hugo Beauty, Gilberto Silveira.
Por
fim, respeitei o parecer do guia sobre um tema espinhoso: depilação masculina.
Salvo nariz e orelha, em que remover excessos se justifica, em outras regiões
do corpo não há necessidade. Salvo se os pelos se tornarem invasivos através
das roupas.
Nesse
caso, apara-se. Mas é fato que há muito mais gente se depilando do que
admitindo isso aos quatro ventos. No Hugo Beauty, a procura é grande, e a
tabela de preços apresenta um “a combinar” para depilação de peitos e costas.
–
Aqui no salão tem gente que tem pouco, gente que tem muito, e tem o Oscar (o
nome foi trocado) – diverte-se a depiladora Márcia Maria Correa, referindo-se a
um cliente que, segundo ela, faz o Tony Ramos ter pesadelos.
Enquanto
conta que cobra R$ 80 para brincar de Tiazinha com as costas de Oscar, Márcia
espicha o olho para a gola da minha camisa. É quando me despeço e encerro essa
reportagem.
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