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sábado, 9 de julho de 2011
10 de julho de 2011 | N° 16755
EMPRESAS DOS SONHOS
AS EMPRESAS QUE O JOVEM MIRA
Organizações que oferecem perspectivas de crescimento alimentam sonhos de novos profissionais
Começar a carreira em uma empresa que proporcione desenvolvimento profissional, onde os desafios sejam constantes. Esse mesmo lugar deve oferecer uma imagem positiva no mercado de trabalho, além da possibilidade de carreira internacional. Tudo em um único pacote. Essas características fazem parte do imaginário dos jovens gaúchos quando idealizam as empresas de seus sonhos.
Em uma pesquisa feita entre universitários e recém-formados do Estado, a maioria de 21 a 28 anos, esses fatores apareceram como os mais fortes quando os jovens apontaram as organizações em que gostariam de trabalhar. Conforme os entrevistados, Google, Gerdau, Petrobras, Braskem e RBS (veja lista na página central), nessa ordem, são as cinco empresas mais visadas.
Embora de ramos diferentes, as corporações do ranking reúnem atrativos que vão ao encontro das aspirações de uma geração movida pela ousadia e pela vontade de ser reconhecida.
– Não apenas por ser empresas sólidas no mercado, mas também por oferecer possibilidades múltiplas de experiência, elas acabam atraindo os novos profissionais – explica Danilca Galdini, coordenadora da pesquisa elaborada pela Cia de Talentos.
Há 10 anos, a pesquisa analisa o comportamento dos jovens brasileiros, argentinos e mexicanos em relação ao mercado de trabalho e ao ambiente corporativo. Neste ano, a Colômbia também foi incluída no estudo, totalizando mais de 50 mil jovens.
Desde a primeira edição, as organizações apontadas pelos brasileiros não variam muito, apenas trocam posições entre si. A diferença, agora, está na situação mais favorável encontrada pelo jovem que sai da da faculdade em busca do primeiro emprego, um resultado da nova realidade econômica do país.
– No passado, o jovem não tinha muita opção de escolha. Hoje, ele tem muitas oportunidades, o que o faz ficar mais exigente – acrescenta Danilca.
Neste ano, os motivos que ressurgiram na lista priorizada foram desafios e carreira internacional. Porém, o Exterior é visto neste momento como uma oportunidade de intercâmbio ou trainee e não mais como um destino para morar. Os filhos de uma geração que valorizava, acima de tudo, a segurança financeira querem mais e, se possível, o quanto antes.
– Os jovens de hoje são pouco tolerantes à frustração, são focados no imediatismo, na gratificação rápida – avalia Dulce Hatzenberger, coordenadora do Departamento de Psicologia Social do Trabalho e Saúde da PUCRS.
Segundo a especialista, o perfil individualista da geração Y faz com que esses profissionais busquem, em primeiro lugar, benefícios próprios.
– Eles pensam muito mais no que a empresa pode lhes proporcionar do que naquilo em que eles podem contribuir – aponta a psicóloga, destacando que a geração Y não se contenta apenas em ser um número na organização, mas quer ter espaço para crescer.
Foi pensando na oportunidade de crescimento que o programador visual Paulo Baião, 24 anos, deixou o Rio de Janeiro para morar em São Paulo há pouco mais de um ano. Na época, recém-formado, foi selecionado para a função de estrategista de contas do Google, após quatro meses de uma seleção rigorosa.
– Além da força da marca, fui atraído pela cultura menos engessada do Google em relação às demais empresas – lembra o jovem, que nos momentos de descanso do trabalho joga sinuca na unidade da corporação, em São Paulo.
Mesa de sinuca, videogame, bebidas e lanches à parte, quem trabalha no Google tem plena consciência das responsabilidades.
– A liberdade é muito grande, mas ao mesmo tempo as metas são agressivas. Temos de apresentar resultados – diz Baião.
joana.colussi@zerohora.com.br
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