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quarta-feira, 13 de julho de 2011
13 de julho de 2011 | N° 16759
EDITORIAIS ZH
PREVENÇÃO NECESSÁRIA
O recrudescimento das incertezas na União Europeia, com a crise ameaçando economias de expressão como Itália e Espanha, e os temores de que, nos Estados Unidos, o Congresso não chegue a um acordo sobre o aumento do teto da dívida norte-americana reforçam ainda mais a urgência da nova política industrial brasileira.
Prometido para os próximos dias, o anúncio depende apenas dos acertos finais entre os ministérios da Fazenda e o do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e dos mecanismos a serem encontrados para evitar prejuízos à Previdência.
A medida de maior impacto deve ser a desoneração da folha salarial das empresas. A estratégia é vital, porém, para conter o fenômeno da desindustrialização, pelo qual cada vez mais empresas, sem condições de competir com mercados como os asiáticos, optam por importar em vez de fabricar, gerando no Exterior as riquezas e os empregos que o país precisa.
O Brasil só conseguiu atenuar internamente os efeitos da crise internacional de 2008 porque, depois de relutar em admitir sua abrangência, ainda conseguiu reagir a tempo. As medidas colocadas em prática na época foram de alto custo para as finanças públicas, mas eficazes, pois conseguiram preservar um certo nível de atividade no setor fabril. O agravamento da crise nos Estados Unidos e na zona do euro, simultaneamente, coincide agora com um momento em que a administração Dilma Rousseff ainda não conseguiu fazer andar sua agenda econômica.
Por isso, é importante que o governo se mostre disposto a favorecer um salto de qualidade no setor produtivo, em meio a trocas de ministros motivadas por denúncias e às divergências de sua complexa base parlamentar de apoio. Isso sem falar na necessidade de buscar alternativas contra a deformação no câmbio, a situação fiscal deteriorada e a ameaça de alta da inflação.
A redução dos custos da folha salarial significa um alívio para quem produz e emprega. Ainda assim, uma política industrial eficiente precisa ousar mais, propiciando também uma redução da carga tributária em geral e da burocracia. Só assim a economia brasileira poderá dar uma resposta à altura diante da intenção de elevar a taxa de investimento do país do equivalente a 19% do Produto Interno Bruto (PIB) para algo em torno de 24%, como está previsto. E, em consequência, crescer 5% ao ano sem pressionar a inflação.
Independentemente dos rumos que a crise internacional possa tomar e do tempo que as medidas em discussão vão exigir para surtir efeito, é importante que o Brasil aja rápido e adote um conjunto de providências amplas e coerentes para se preservar ao máximo. O país não pode frustrar as expectativas que, mesmo num cenário global adverso, se mostram favoráveis em relação a sua economia e à de outras nações emergentes.
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