segunda-feira, 25 de julho de 2011



25 de julho de 2011 | N° 16772
PAULO SANT’ANA


Vários estágios

Passo todos os dias pelo meu ex-amor. Nem nos cumprimentamos.

Mas ontem fazia frio quando cruzamos um pelo outro, ela fez um jeitinho de quem quer voltar.

Agora é tarde demais.

O diabo de voltar para o ex-amor é que, quando isso acontece, nada dá certo, fica tudo desconjuntado, a reconciliação vira uma tragédia.

Começa-se a comparar com a vez anterior e é um desastre a comparação.

Voltar para um ex-amor é como trabalhar numa empresa durante 30 anos, ser bem-sucedido e, certo dia, pedir demissão ou ser demitido.

Passam-se dois anos e a empresa o chama de volta. Resulta num total fracasso.

Nada será como antes.

Há casos de pessoas que se recusam a reencetar sua relação com o ex-amor, fogem da prisão como o diabo da cruz.

E há outros casos em que a pessoa insiste em reatar a relação com o ex-amor: é o mesmo que o pássaro que passa dois anos preso, o dono abre a janela da gaiola e a ave se recusa a ser solta, preferindo o cativeiro.

Por incrível que possa parecer, há pessoas que desdenham da liberdade e sonham em voltar à prisão, a natureza humana é mesmo inexplicável.

Posso já ter contado aqui o caso de meu amigo que vai todos os anos para Garopaba com a atual mulher. Mas aluga também para sua ex-mulher um apartamento em Imbituba, município vizinho. E fica, sem que uma saiba da outra, convivendo com a atual e a ex, uma viagenzinha rápida aqui, outra lá, fica até delicioso gozar as duas praias.

Caso mais dramático é daquele conhecido meu que no veraneio aluga sempre três casas em bairros diferentes de Florianópolis.

Uma casa para a atual mulher, a segunda para a ex-mulher e a terceira para a futura mulher. Um verdadeiro prestidigitador.

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