sexta-feira, 15 de julho de 2011



15 de julho de 2011 | N° 16761
PAULO SANT’ANA


La mama

Li em Zero Hora que a Brigada Militar não está deixando torcedores entrar nos estádios de futebol com manteiga de cacau no bolso.

É um equívoco. A BM entende que o torcedor pode atirar o bastonete de manteiga de cacau no juiz.

Ledo engano. Estes dias vi um torcedor atirar um tubinho de manteiga de cacau no juiz de futebol. Como fazia muito frio no Olímpico, o árbitro juntou a manteiga de cacau do gramado e passou nos lábios, antes de continuar apitando.

Outro fato à entrada de um campo de futebol. Um torcedor tinha no bolso um supositório e o policial não deixou entrar o remédio.

“Então, o que faço com o supositório?”, indagou o torcedor ao militar.

E o militar : “Vá ali junto ao muro e aplique-o.”

Esta outra foi o Gaúcho da Fronteira, o grande intérprete da música gauchesca, que me contou anteontem no velório do escrivão judiciário Luiz Alberto Jardim, amigo inesquecível de grandes serenatas, a quem fomos enterrar no Cemitério da Santa Casa.

Disse o Gaúcho da Fronteira que sua mulher estava num salão de beleza e outra mulher falou o seguinte: “Eu hoje estou como melancia quente, exposta ao sol.”

“O que quer dizer isso?”, perguntaram as outras mulheres.

E ela: “Estou louca pra envenenar alguém.”

É uma figura este Gaúcho da Fronteira. Deve ter 30 anos mais que sua esposa, Adriana.

E ela, na frente dele, me perguntou: “Tu não achas que o Gaúcho ficou mais jovem e bonito depois que me conheceu?”.

Respondi: “Só posso compará-lo a ti, sendo assim acho que ele está velho e feio.”

Não posso entender como passei tanto tempo sem perceber esta canção estupenda de Charles Aznavour, La Mama, em espanhol.

Ouço-a agora todas as vezes em que dirijo meu carro, vou levar uns dois meses para decorá-la.

Ouço e choro. Ouço e vou derramando lágrimas sobre as pessoas velando a grande mamãe: “Ya están aqui/llegaron ya/ esta muriendo la mamã.../ todos al fin/ llegaron ya/ de todas partes del país/ desde el mayor/hasta el menor, todos em torno a la mama/ hay tanto amor/ hay tanta paz/ al derredor de la mama/ tanto sufrir/ tanto dolor/ al derredor de la mama/ Ave Mariaaaaaaaa!”.

Que canção, que canção!

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