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sábado, 9 de julho de 2011
09 de julho de 2011 | N° 16754
ANTONIO AUGUSTO FAGUNDES
Glaucus
Glaucus Saraiva foi e é ainda um dos nomes mais importantes do gauchismo. Ele, Paixão Cortes e Barbosa Lessa são os três reis magos que trouxeram os presentes que até hoje ornam o altar da tradição, três homens com os quais o RS contraiu uma dívida irresgatável de gratidão.
Poeta maravilhoso dos antológicos Chimarrão, Velho Poncho e Borracho, para ficar apenas nos seus versos mais conhecidos. Compositor de canções como Porongo Velho, Meu Cusco Barbudo e Tropeada. Cantor que fez parte d’Os Gaudérios e do Quitandinha Serenaders, nos quais era companheiro de Luís Telles e João Gilberto.
Foi um dos primeiros professores a lecionar no pós-graduação em Folclore da Faculdade Palestrina, onde foi responsável pela cadeira de Folclore Infantil. As pesquisas que efetuou nessa área resultaram num livro lindíssimo publicado pelo Instituto de Folclore. E na coleção de brinquedos que hoje fazem parte do Museu Glaucus Saraiva na bela sede do CTG Sinuelo do Pago, em Uruguaiana.
Mas, hoje, é um dos nomes menos falados no tradicionalismo. Parece que só o CTG Glaucus Saraiva, no Partenon, na Capital, honra sua memória. Mas não. Como eu, há outro gaúcho que quer resgatar a importância de Glaucus Saraiva, ao menos como poeta. Henrique Dias de Freitas Lima, pioneiro dos festivais e incentivador da Califórnia da Canção Nativa, excelente declamador, é apaixonado pela poesia do Glaucus, de quem foi amigo.
Pois o Henrique gravou Seleção de Poemas, CD em que o Glaucus aparece de corpo inteiro, poeta da ternura e do amor.
Glaucus era Escoteiro Maior quando resolveu agauchar a Patrulha do Quero-Quero, que comandava aos 16 anos. Foi aí que nasceu a nomenclatura campeira que logo Glaucus implantaria no 35 CTG e que hoje é adotada por mais de 3 mil CTGs no Brasil e fora dele.
Ele nasceu em São Jerônimo, filho de família tradicional. Foi um ledor incansável e atleta perfeito. Era grande nadador e lutador profissional de luta-livre, lutando com o nome de Saracura. Foi o maior remador que vi e nadava tão bem que se dava ao luxo de nadar de pé ou boiar por horas num rio, sempre lendo livros. Tinha gosto para as armas e atirava muito bem. E foi um dos maiores cozinheiros que vi. Era um autodidata por excelência, com uma formação humanística impressionante.
Glaucus conseguiu uma sede urbana e outra rural para o 35. Conseguiu, também, idealizar e implantar o Galpão Crioulo do Palácio do Governo que leva o seu nome. Na minha opinião, é o maior poeta do gauchismo, o único entre todos nós a compreender que a poesia gauchesca não é a poesia do gaúcho e sim a poesia para o gaúcho. Seus versos são eruditos, gongóricos, rebuscados, ricos em figuras poéticas.
Não haverá outro Glaucus Saraiva.
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